A má alimentação está a matar mais do que o tabaco. É o que conclui um relatório da Direção-Geral da Saúde com dados de 2021, divulgado esta terça-feira pelo jornal Público.
De acordo com o documento, os maus hábitos alimentares inadequados contribuíram para 8,3% das mortes registadas em Portugal em 2021. São o terceiro fator de risco que mais contribui para a mortalidade em Portugal, superando o tabaco.
"O elevado consumo de carne vermelha, carnes processadas e sal, bem como o consumo
insuficiente de cereais integrais, fruta e hortícolas foram os comportamentos alimentares
inadequados que mais contribuíram para que os portugueses vivessem menos anos com
saúde, no ano de 2021", lê-se no estudo.
Segundo a diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), Maria João Gregório, citada pelo Público, 10.168 mortes em 2021 podem ser atribuídas aos hábitos alimentares inadequados, que se distribuem pelas doenças oncológicas, cardiovasculares, diabetes e doenças renais como causas de morte.
Para além dos maus hábitos alimentares, também a obesidade ultrapassou o tabaco como um dos fatores de risco que mais contribuíram para a perda de anos de vida saudável e para a mortalidade nos últimos 20 anos.
Entre 2000 e 2021, o excesso de peso registou um aumento de 28% no contributo para a perda de anos de vida saudável e de 14% no contributo para a mortalidade.