A empresa portuguesa OMNI Aviação e Tecnologia diz que foi “surpreendida” com a apreensão de meia tonelada de cocaína num dos seus aviões, no Brasil, acrescentando que a tripulação do voo já regressou “há vários dias” a Portugal.
“No passado dia 9 de fevereiro, fomos surpreendidos com uma situação em Salvador da Bahia que envolveu a descoberta de substâncias eventualmente consideradas entorpecentes, em compartimentos na fuselagem do nosso avião Falcon900”, refere a companhia, em comunicado enviado à agência Lusa.
A empresa conta que, “na viagem para o aeroporto em Salvador [depois de descolar do aeroporto de Jundiaí, no Estado de São Paulo], a fim de aguardar pela autorização de regresso a Lisboa, foi detetado um problema técnico durante a aproximação” à pista de aterragem.
“Esta situação ocasionou a necessidade de intervenção de manutenção no avião, tendo sido prontamente solicitada pelo comandante do voo à Dassault (fabricante do avião),em São Paulo. Neste sentido, existiu a necessidade de abrir um painel técnico na fuselagem do avião, onde encontraram um volume afixado à estrutura interna do avião”, refere o comunicado da administração da OMNI.
Perante este cenário, acrescenta a empresa, “foi imediatamente solicitado, pelo Comandante do voo, a intervenção da Polícia Federal, que tomou conta da ocorrência”.
“A investigação policial encontra-se em curso e em segredo de justiça, motivo pelo qual nada mais podemos adiantar”, refere ainda a companhia de voos executivos.
A Polícia Federal do Brasil apreendeu meia tonelada de cocaína com destino a Portugal escondida no avião particular, na sequência de uma inspeção que agentes daquela força policial fizeram à aeronave, estacionada na pista do Aeroporto Internacional de Salvador.
Os passageiros estão autorizados a sair do país, disse hoje à Lusa a Polícia Federal brasileira.
Segundo informações da assessoria de comunicação da Polícia Federal em Salvador, nenhum passageiro ou tripulante da aeronave foi detido ou está impedido de sair do país.
"Foram ouvidos até agora somente a tripulação, os pilotos e aeromoça, e o pessoal do hangar do aeroporto", afirmou a assessoria de comunicação.
Entre os passageiros do voo está o advogado português João Loureiro.
Numa mensagem escrita enviada hoje à Lusa, o antigo presidente do Boavista João Loureiro explicou que ia regressar do Brasil para Portugal no avião onde foram apreendidos 500 quilos de cocaína, mas desistiu de o fazer antes desta apreensão, sendo “alheio” à situação.
“Ia regressar a Portugal nesse voo [onde foi apreendida a droga] junto com vários outros passageiros, mas já tinha desistido de o fazer” antes de o assunto ser espoletado, afirmou o jurista.
João Loureiro referiu que, no momento da operação policial que culminou na apreensão da droga e que aconteceu em Salvador, estava em São Paulo.
“E acredito que talvez o tenha sido devido ao meu pedido para que houvesse uma inspeção rigorosa ao avião”, sublinhou.