Com o incêndio dominado em Vila Real, os meios vão manter-se no terreno durante todo o dia atentos aos “pontos quentes” para evitar reativações, disse o comandante distrital de operações de socorro (CODIS).
“O incêndio foi dado como dominado a meio da manhã. Neste momento temos ainda alguns pontos quentes e a estratégia é, efetivamente, termos os operacionais posicionados junto desses pontos, para nós prioritários, de forma a evitar que haja qualquer reativação e, caso aconteça, podermos rapidamente atuar e debelar de imediato essa reativação”, afirmou Miguel Fonseca.
O CODIS falava aos jornalistas pelas 13h, num ponto de situação feito no posto de comando instalado na aldeia de Benagouro. Pelas 14h30, estavam mobilizados no terreno 430 operacionais, apoiados por 121 veículos de combate às chamas e cinco meios aéreos.
O objetivo é, segundo o comandante, que “não se repita o cenário de terça-feira”, em que, durante a tarde, uma reativação forte colocou em risco aldeias.
Por isso mesmo, Miguel Fonseca disse que, até ao final do dia de hoje, não será feita “qualquer alteração ao dispositivo”.
“Vamos manter o mesmo número de elementos no teatro de operações”, frisou.
Segundo o 'site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção (ANEPC), para o local estavam mobilizados, pelas 13:30, 365 operacionais e 103 viaturas e um meio aéreo.
No teatro de operações estão bombeiros, elementos da GNR, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e as Forças Armadas, com cerca de 60 militares (dois pelotões do Exército e um da Marinha) que se vão concentrar nas operações de rescaldo e vigilância.
“Está ser um combate difícil (…). Em Vila Real têm sido dias de muito trabalho, queremos acreditar que hoje, tendo dado este incêndio como dominado e tendo em conta que estamos à espera que a meteorologia não vá sofrer grandes variações, até ao fim do dia consigamos debelar qualquer reativação”, referiu Miguel Fonseca.
Nos últimos dias houve várias ocorrências no distrito de Vila Real.
O fogo que teve início na Samardã deflagrou pelas 07:00 de domingo, lavrou em três frentes distintas, entrou em resolução na segunda-feira e foi sofrendo reativações ao longo dos últimos dias, também devido às altas temperaturas e ao vento forte e inconstante que se foi sentindo no território.
Na terça-feira de manhã, foi dado o alerta para um fogo, em Lamas de Olo, já em área do PNA.
“Houve provavelmente, é essa a nossa convicção profunda, fogo posto fora do perímetro que estava a ser controlado”, afirmou esta manhã o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, referindo-se a esta segunda ignição.
O presidente afirmou que estes incêndios específicos “estão a ser investigados pelas entidades competentes”.
Rui Santos contabilizou hoje uma área ardida de cerca de 6.000 hectares.