Foi Jorge Nuno Pinto da Costa que sugeriu que a assembleia geral (AG) do FC Porto de segunda-feira, marcada por agressões e contestação, não fosse retomada na semana seguinte, revela à Renascença Fernando Cerqueira, membro do Conselho Superior dos dragões e grande impulsionador das candidaturas do presidente portista.
A decisão, unânime, foi tomada pelo Conselho Superior, mas teve origem em Pinto da Costa, após as agressões no Dragão Arena, explica Cerqueira, para quem as propostas de revisão dos estatutos "não eram a favor de ninguém, mas eram a favor do FC Porto".
"O senhor presidente esteve bem, até para dar a conhecer às pessoas que estão a dizer que ia haver golpada, mas qual golpada? Então se é golpada, fica assim como está, não há golpada nenhuma. Para haver bom senso, o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa é que sugeriu que a proposta fosse retirada e o Conselho, depois, fez uma proposta para introduzir na ordem de trabalhos essa questão. Discutiu e retirou-a por unanimidade", esclarece.
Novamente contactado pela Renascença, o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Lourenço Pinto, mantém-se em silêncio.
Certo é que a assembleia geral para discutir a revisão estatutária cai. Só resta formalizar a decisão.
Ainda assim, há algo que não deve cair, segundo André Villas-Boas: o apuramento dos agressores da AG da passada segunda-feira, que devem ser "punidos exemplarmente", sublinhou já esta sexta-feira o provável candidato às eleições de 2024.
Fernando Cerqueira, apoiante de Pinto da Costa, diz que também não gostou do que viu, mas pergunta: "O Villas-Boas estava lá? Eu vi lá um ou dois empurrões. Eu não vi lá murros, vi dois ou três empurrões. Mas o Villas-Boas viu ou disseram-lhe? Está a falar porque viu ou porque lhe disseram? Vi um empurrão ou dois, mais nada. Mas eu não consigo ver quem é."
"Eu também não gostei [do sucedido na assembleia geral], porque os sócios do FC Porto devem ter respeito entre eles, de maneira a que todas as pessoas tenham liberdade a dizer aquilo que pensam e a que todas as pessoas tenham direito a votar a favor ou votar contra", sublinha.