O bispo da Diocese de Vila Real assinala, na sua mensagem pascal, que após dois anos em que as celebrações pascais foram condicionadas pela pandemia, “este ano estamos confrontados com o contexto da guerra e suas terríveis consequências”.
Neste contexto, D. António Augusto Azevedo deseja que nesta Páscoa “todos acolham a paz que o Ressuscitado nos veio trazer”, pedindo que “todos se convertam à paz e trabalhem ativa e incansavelmente na sua construção”.
Segundo o prelado, neste processo de conversão é indispensável não esquecer que “a paz transmitida por Cristo ressuscitado é a paz alcançada por aquele que antes foi crucificado, porque permaneceu fiel à verdade e ao amor até ao fim, porque enfrentou a injustiça e não recuou perante a violência, daquele que não teve medo da própria morte porque ofereceu a vida por amor e salvação de todos”.
“A libertação que Jesus Cristo nos alcançou foi difícil e a paz que Ele nos deixou é exigente”, recorda o responsável pela Diocese de Vila Real, detalhando que a paz legada por Cristo “está vinculada ao exercício do perdão, à busca da reconciliação, à prática da misericórdia”.
“Conjuga-se sempre com vida plena, liberdade e fraternidade e não se confunde nunca com ódio, violência, tirania ou qualquer tipo de opressão”, especifica.
D. António Augusto Azevedo sinaliza ainda que a paz que celebramos e acolhemos na Páscoa “é luminosa, enchendo de luz os corações que a ela se convertem e pode ser também iluminadora para a humanidade”.
Cada crente que celebra a Páscoa e nela faz, de vela acesa, a renovação da sua profissão de fé batismal, assume o compromisso de partilhar a luz pascal e de tudo fazer para semear eficazmente a paz no seio da sociedade humana.
Aludindo ao evangelho, que retrata “uma alegria indescritível” experimentada por aqueles que acolheram o dom da paz do Ressuscitado, o bispo de Vila Real refere que, também nós, hoje, somos convidados a celebrar a Páscoa com alegria, apesar da pandemia e da guerra.
“A razão determinante dessa alegria é o acontecimento da ressurreição de Jesus, centro da nossa fé e fundamento da nossa esperança”, explica D. António Augusto, salientando também que a possibilidade de realização das celebrações pascais de modo presencial “constitui um motivo acrescido para o nosso contentamento”.
Celebremos esta Páscoa com alegria, sem deixar de rezar pelas vítimas das guerras e por todas as pessoas que não poderão viver esta Páscoa com normalidade, junto da sua família, na sua comunidade ou na sua terra. Celebremos esta Páscoa em segurança não descurando o cumprimento das regras sanitárias.
O bispo da Diocese de Vila Real deseja ainda que esta Páscoa signifique o retorno dos cristãos a uma maior vivência comunitária e represente a reativação dos dinamismos pascais, próprios de cada comunidade cristã.
“Por feliz coincidência a nossa diocese celebrará na semana da Oitava da Páscoa, a 20 de abril, o dia centenário da sua criação. A alegria pascal prolongar-se-á, por isso, em ação de graças pela vida cristã que frutificou ao longo dos anos nesta comunidade diocesana”, escreve o prelado, assinalando que “como Igreja Local somos parte da história bela e grandiosa que começou na manhã de Páscoa e continuará até ao fim dos tempos”.
“A todos os diocesanos reitero o convite a que vivamos este momento de centenário com profundo júbilo espiritual e reforcemos a nossa comunhão na mesma fé pascal e no mesmo Espírito que faz de nós um só corpo”, conclui.