O ministro da Educação, João Costa, considera que é preferível restringir o uso do telemóvel nos intervalos, em vez de os proibir na sala de aula.
Em declarações à RTP, o governante defendeu que o recreio deve ser um local de brincadeira e interação, lembrando, contudo, que é preciso esperar pelo parecer do Conselho das Escolas sobre a utilização dos telemóveis nos estabelecimentos de ensino.
“Nós temos aqui equilíbrios a construir e foi isso que eu pedi na colaboração ao Conselho de escolas”, disse o ministro.
João Costa lembra que “por um lado, há utilizações do telemóvel, ou do smartphone, em sala de aula como recurso didático”, admitindo, por outro lado, preocupação como os dados “que mostram que, por exemplo, uma das dependências que mais tem crescido em Portugal é a dependência do jogo online”.
No início de setembro, o ministro da Educação explicou ter pedido um parecer ao Conselho das Escolas sobre o uso de telemóveis dentro dos estabelecimentos de ensino por se tratar de um “tema complexo” e para não decidir de “forma intempestiva”.
Enquanto não há uma decisão a nível central, há escolas que avançaram com a proibição. Os Agrupamentos de Escolas de Almeirim proibiram o uso de telemóveis nas escolas do 1.º ciclo, de acordo com uma recomendação do Conselho Municipal de Educação cujos diretores votaram favoravelmente.
Já em 2017, a Escola EB 2/3 António Alves Amorim, de Santa Maria da Feira, no distrito do Porto, proibiu o uso de telemóveis em todo o recinto, levando a que os alunos socializem mais entre si e evitem situações de “bullying” na internet.