STOP admite repetir acampamento de professores noutros pontos do país
28-02-2023 - 15:35
 • Manuela Pires , Cristina Nascimento

Sindicato esteve três dias junto ao Parlamento em vigília. Professores consideram que está a ser feita uma injustiça aos profissionais de educação.

O Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) admite que o acampamento de protesto que se realizou nos últimos três dias junto ao Parlamento pode ser repetido noutros locais do país.

“Há colegas que me estão a dizer, não sei se vão depois concretizar ou não, de eventualmente fazer algo semelhante em frente a algumas escolas, não sei se depois vão avançar ou não, mas poderá servir de forma inspiradora”, disse à Renascença o coordenador do STOP.

André Pestana assegurou que a continuidade dos protestos vai ser decidida em março, num “novo encontro nacional das comissões sindicais e de greve”. O objetivo será “dar mais uma vez a voz e o poder a quem trabalha nas escolas para decidir o futuro desta luta”.

O sindicalista reforçou ainda que “o STOP nunca vai assinar um acordo ou memorando com o Governo sem que seja sufragado”.

O acampamento termina dias antes das manifestações agendadas por outras forças sindicais do setor para sábado, no Porto e em Lisboa, um protesto ao qual ainda não é certo se o STOP vai aderir.

“Estamos aqui há três noites, ainda vamos reunir a direção, neste momento, não temos ainda uma posição tomada relativamente a isso”, justificou Pestana, reconhecendo, no entanto, que o protesto tem razões para acontecer.

“Se dúvidas houvesse que está em perigo o direito à greve é que o pré-aviso de outros sindicatos também está sobre serviços mínimos”, disse, lembrando que já a 4 de fevereiro apelaram às centrais sindicais, CGTP e UGT, para convocarem “uma greve geral que unisse o setor público e privado, em defesa da escola pública e em defesa do direito à greve”.

Em jeito de balanço do acampamento que agora termina, André Pestana faz “um balanço extremamente positivo”, destacando “a solidariedade incrível da população lisboeta, sociedade civil, de vários setores, privado e público que nos trouxeram até, confesso, demasiada comida”.

“Estivemos aqui a demonstrar que estamos a lutar, no fundo, por um tipo de sociedade que queremos deixar aos nossos filhos”, rematou.