O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, acusou esta quinta-feira o Governo de tiques de autoritarismo e de desrespeito pelas instituições, aludindo ao que considera uma reação "descabelada" da ministra da Agricultura em relação à Confederação dos Agricultores Portugueses.
"A reação da ministra da Agricultura [Maria do Céu Antunes] em relação à CAP é uma reação descabelada e que demonstra, mais uma vez, um total desrespeito por parte do Governo relativamente a instituições", disse hoje à agência Lusa o secretário-geral do PSD, Hugo Soares.
Nas Caldas da Rainha, onde este noite visitou a Expotur -- Festa de Verão, Hugo Soares, considerou ter ficado "demonstrado mais uma vez esta semana que há um padrão de tiques de autoritarismo por parte do Governo do Partido Socialista", que na sua opinião já tinha sido evidenciado aquando do despacho do primeiro-ministro, António Costa, relativamente ao caso da Endesa.
Depois de, no caso da energia, o Governo ter demonstrado "um total desrespeito relativamente a instituições", agora, com as declarações de Maria do Céu Antunes, na quarta-feira, voltou a fazê-lo, no entender do social-democrata, "relativamente a parceiros sociais, a associações que são fundamentais para a construção de políticas públicas".
Em nome do PSD Hugo Soares fez questão "de denunciar que este Governo demonstra todos os dias tiques de autoritarismo, confundindo aquilo que é uma maioria absoluta com o poder absoluto". .
O PSD, acrescentou o secretário-geral, "não vai deixar de denunciar estes casos", que considerou "absolutamente lapidares".
Hugo Soares reagia às declarações da ministra da Agricultura, na quarta-feira, quando instada pelos jornalistas a responder a críticas dirigidas à tutela pelo secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que disse ser "inexistente" a resposta do Governo para mitigar o impacto da seca no setor da produção e alimentação animal.
Em resposta, Maria do Céu Antunes afirmou "É melhor perguntar porque é que durante a campanha eleitoral a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no Partido Socialista".
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) classificou como "perplexizantes" as declarações da ministra da Agricultura, que defendeu carecerem de explicação, e garantiu não ceder a "bullying" político.