Presidente interino do Brasil defende “governo de salvação nacional”
12-05-2016 - 23:01

No seu primeiro discurso no Palácio do Planalto, Michel Temer apelou à unidade dos brasileiros depois de vários meses conturbados devido ao processo de destituição de Dilma Rousseff.

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Michel Temer, que assumiu esta quinta-feira a presidência interina do Brasil, defende um “governo de salvação nacional” para resgatar o país da crise económica.

No seu primeiro discurso no Palácio do Planalto, Michel Temer apelou à unidade dos brasileiros depois de vários meses conturbados devido ao processo de destituição de Dilma Rousseff.

"Unidos, poderemos enfrentar os desafios deste momento de grande dificuldade. É urgente pacificar a nação e unificar o Brasil. É urgente fazermos um governo de salvação nacional”, declarou Temer, de 75 anos.

O Presidente interino do Brasil quer atacar a “grave crise” económica, que empurrou milhões para o desemprego, e defende que o diálogo é o primeiro passo para enfrentar os desafios e colocar o país na rota do crescimento.

“O Brasil vive hoje sua pior crise económica. São 11 milhões de desempregados, inflação de dois dígitos, nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre da gestão económica. Para isso, é imprescindível reconstruirmos os fundamentos da economia brasileira", declarou.

O novo Governo está apostado em controlar a inflação e restaurar o equilíbrio das contas públicas.

A primeira medida, simbólica, foi eliminar alguns ministérios. O novo Governo tem 21 ministros. A importante pasta das Finanças fica entregue a Henrique Meirelles, antigo governador do banco central.

Michel Temer considera que tem toda a legitimidade para ocupar o cargo. A Constituição foi respeitada e “não podemos mais falar em crise” política, argumenta.

O lema do novo Governo é “Ordem e progresso”, a frase inscrita na bandeira do Brasil, e Temer pede que não se fale em crise, porque é tempo de arregaçar as mangas e trabalhar.

Michel Temer assume o poder depois de o Senado ter votado favoravelmente o início do processo de destituição de Dilma Rousseff. A Presidente pode ficar suspensa do cargo nos próximos seis meses, enquanto decorrer o julgamento por ter autorizado créditos sem cobertura legal, as chamadas “pedaladas fiscais”.