"Para já ainda não há acordo" com o Ministério da Saúde, afirmou esta terça-feira à noite a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, durante uma pausa nas negociações.
Joana Bordalo e Sá disse aos jornalistas que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, não cedeu, para já, na questão dos aumentos além de 5,5% e avisa que "se continuar neste patamar não vai ser mesmo possível" alcançar um entendimento.
"Mas não é só isso, é também as outras condições de trabalho", nomeadamente a reposição do horário de trabalho para 35 horas e as 12 horas semanais extraordinárias nas urgências, "sem nenhuma contrapartida negativa".
"Nós temos aqui várias matérias. Temos que ter a certeza de que, efetivamente, aquilo que nos foi dito no domingo se vai verter num documento escrito e isso, de facto, não aconteceu", sublinhou a presidente da FNAM.
Joana Bordalo e Sá avisa o Governo que os médicos "não vão assinar cheques em branco" e exige que as propostas do Ministério da Saúde sejam por escrito.
"Necessitamos obrigatoriamente de termo isto por escrito, de uma forma séria, e depois há a questão salarial que parece não haver aqui nenhum desempate", sublinha a presidente da FNAM.
SIM sublinha "processo muito difícil de negociação"
Também em declarações ao Governo, o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, indicou que este é um "processo muito difícil de negociação".
"Tudo continuaremos a fazer para chegar a um acordo. Já foi possível em relação à questão da carga de trabalho. Em relação aos seus pressupostos ainda não chegámos a acordo", afirmou.
"A grande dificuldade é explicar ao Governo que os sindicatos precisam de assinar um acordo que seja aceite pelos médicos e que crie as condições para que os médicos fiquem no SNS", acrescentou Roque da Cunha, sublinhando que esta é uma "emergência nacional não só para o mês de novembro, mas para os próximos anos".
[artigo atualizado às 23:42]