Gouveia e Melo. Portugal "já ganhou a este vírus", ​negacionismo é residual
15-09-2021 - 15:10
 • Renascença com Lusa

Na cerimónia de abertura da Escola Secundária Alves Martins, onde estudou com 15 anos, o coordenador da task-force adianta que há perto dos 86% da população com a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

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O responsável pela “task-force” que coordena o programa de vacinas contra a Covid-19 estima que a taxa de recusação da vacina em Portugal seja na ordem dos 2-3%. O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo considera que o país já venceu o vírus.

“Se pensarem que nós só vacinamos dos 12 anos para cima e que até aos 12 anos estamos a falar entre 11 a 12% do população e hoje estamos a atingir os 86% de pessoas vacinadas com a primeira dose, portanto ficam 14%. Restam 2 a 3% de pessoas que recusam a vacinação. Essa é a medida do negacionismo”, disse Gouveia e Melo, esta quarta-feira, na cerimónia de abertura da Escola secundária Alves Martins, onde estudou com 15 anos.

Nestas declarações, Gouveia e Melo assumiu que Portugal "já ganhou a este vírus".

"Nós já ganhámos a este vírus, pelo menos, a primeira batalha está ganha e isso é um grande alívio para todos nós", assumiu hoje o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo em Viseu, na cerimónia de abertura da Escola secundária Alves Martins, onde estudou com 15 anos.

À margem da cerimónia, justificou aos jornalistas que a batalha está ganha, "porque a incidência está a cair apesar do estado de desconfinamento" em que o país se encontra, já depois do período de férias e da presença de estrangeiros.


"O processo de vacinação venceu o vírus e agora temos de começar a aprender a reganhar a nossa liberdade e a nossa vida. É isso que temos de fazer, claro que com alguns cuidados. Temos de ser inteligentes, também não podemos ser descuidados", alertou.

Com a taxa de vacinação a atingir "quase os 86% das primeiras doses", sendo que "normalmente um mês depois atinge-se o mesmo em termos de segunda dose ou vacinação completa", o vice-almirante disse estar satisfeito com o resultado.

"O processo de vacinação ajudou-nos imenso nisto e nós estamos verdadeiramente satisfeitos, enquanto comunidade, devemos estar verdadeiramente satisfeitos connosco próprios, porque foi uma pequena taxa de pessoas negacionistas que fez com que chegássemos a este processo, com esta taxa imensa de vacinação completa", destacou.

O vice-almirante Gouveia e Melo desvalorizou ainda o facto de Portugal ser o primeiro país do mundo em termos de taxa de cobertura de vacinação, dizendo que isso não o preocupa, sendo que a sua preocupação "é se essa taxa é suficiente para haver proteção de grupo e eventualmente a imunidade de grupo".


"Estou confiante que sim, mas só o futuro o dirá, mas se atingirmos essa imunidade de grupo ou, pelo menos, a proteção de grupo, são excelentes notícias para o nosso país e para a nossa vida, daqui para diante", defendeu.

Perante questões levantadas por professores, Gouveia e Melo defendeu que "a melhor postura perante os negacionistas, que vivem numa bolha em que se autoalimentam, é a democracia" e, neste sentido, mostrou-se "muito satisfeito" por o Estado de Direito funcionar, ao chamar as pessoas, que o insultaram e ameaçaram, à justiça.

"A democracia é isto. É exigir a nós próprios exercer a democracia todos os dias e exercer a democracia é não permitir que alguém nos grite aos ouvidos e nos empurre para as ideias deles. As pessoas podem ter as suas ideias, é perfeitamente legítimo, não têm é que me vender essas ideias de forma agressiva, como eu também não vendo as minhas ideias de forma agressiva. Isso é democracia", definiu.

Aos professores, o vice-almirante terminou as suas palavras sobre a vacinação e o processo em que esteve envolvido: "Estejam confiantes que 2022 vai ser um ano completamente diferente de 2021 e também diferente do fim de 2020 e até meados de 2020, porque nós vencemos o vírus. Não sou político (...) sou genuíno no que estou a dizer e fizemos o máximo para acabar o processo o mais rapidamente, só que o processo foi condicionado pela disponibilidade de vacinas", concluiu.