Depois de ter proposto uma investigação às contas de Espanha, o ministro holandês das Finanças veio a público fazer “mea culpa”. "Eu demonstrei pouca empatia na minha mensagem", reconheceu Wopke Hoekstra numa entrevista à cadeia de televisão RTL Z, no qual comentava as críticas que fez aos pedidos de ajuda dos países do sul da Europa à União Europeia, no seguimento da crise da pandemia do novo coronavírus.
O homólogo de Mário Centeno disse ainda que todos deviam ter reagido melhor “incluindo eu próprio”.
“Quando causas tanta tempestade como agora, aparentemente é porque não te saíste bem”, confessou Hoekstra . “O que nós queríamos transmitir não passou. Eu deveria ter feito melhor”, acrescentou.
A Holanda e outros países do Norte estão a ser neste momento forças de bloqueio para um pacote de ajuda europeu, o Mecanismo Europeu de Estabilidade, e a criação de “eurobonds” ou “coronabonds” como instrumentos para responder a esta pandemia e aos efeitos económicos que estão e irão fazer-se sentir.
Ainda assim, Wopke Hoekstra fez questão de dizer que a posição sobre os coronabonds não mudaram, apesar de dizer que a Holanda será solidária naquilo em que for sensato ser.
Na semana passada, o primeiro-ministro qualificou de “repugnante” e contrária ao espírito da União Europeia uma declaração do ministro das Finanças holandês, que pediu que a Espanha fosse investigada por não ter capacidade orçamental para fazer face à pandemia.
A crítica de Wopke Hoekstra foi feita durante uma reunião do Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros (ECOFIN), que António Costa não desmentiu.