No dia em que Pedro Nuno Santos apresenta a candidatura à liderança, José Luís Carneiro revela os apoios públicos de Jamila Madeira, membro do Secretariado Nacional do PS, o órgão de direção restrita de António Costa, e do secretário de Estado e ex-autarca do Funchal, Paulo Cafôfo.
Numa declaração de apoio a que a Renascença teve acesso, a ex-secretária de estado da Saúde de Marta Temido descreve José Luís Carneiro como "um dos melhores ministros da administração interna de sempre" e "alguém" que pode trazer ao PS "uma vitória eleitoral expressiva" nas legisaltivas de Março.
Jamila Madeira refere ainda que Carneiro foi o scretário-geral adjunto que "deu ao PS a sua maior vitória eleitoral autárquica e legislativa de sempre", respetivamente em 2021 e 2022.
A dirigente nacional socialista refere ainda que "o PS tem como desafio mobilizar a confiança dos portugueses" e que no partido todos têm "mais valias a dar", mas este é o momento de "segurar quer o eleitorado de esquerda, mas também o eleitorado de centro".
Carneiro apresenta-se, de resto, como um candidato de uma ala mais moderada, sobretudo por oposição ao espectro assumidamente mais à esquerda de Pedro Nuno Santos. Jamila Madeira acredita que com o ministro da Administração Interna o partido "pode continuar a confiar e a garantir que o PS continuará depois de 10 de março a liderar os destinos do país" .
Na lista de apoios divulgada esta , José Luís Carneiro apresenta ainda o nome do atual secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafôfo, que por sua vez se apresenta como candidato à liderança do PS-Madeira.
Também João Azevedo, ex-presidente da distrital do PS de Viseu, deputado e membro do Secretariado Nacional do partido surge entre os apoiantes declarados de José Luís carneiro. Trata-se de um nome com influência no aparelho do partido, tendo sido diretor de campanha nas eleições europeias de 2019.
O presidente da Câmara Municipal de Chaves também já veio dar o seu apoio a José Luís Carneiro, declarando numa nota a que a Renascença teve acesso que "o conhecimento informado e vivencial, aliado à experiência multifacetada, moldado pela vocação de proximidade" do ministro "são a melhor resposta para o tempo de turbulência e incerteza que se avizinha".
No lote de apoios a José Luís Carneiro surge também o nome de Jorge Marçal Liça, da Guarda e Vice-Presidente da Ordem dos Engenheiros, o nome de Berta Nunes, presidente da Federação do PS de Bragança e ex-secretária de Estado das Comunidades.
Entre os nomes divulgados esta segunda-feira está ainda Luís Parreirão, exsecretário de Estado da Administração Interna, das Obras Públicas, e antigo líder da federação do PS de Coimbra. É atualmente administrador de empresas e será o coordenador da campanha de Carneiro neste distrito.
"Ganhar as eleições legislativas"
José Luís Carneiro oficializou, este sábado, em Coimbra, a sua candidatura à liderança do Partido Socialista. O governante prometeu defender o "legado do Estado social com contas certas".
"Candidato-me à liderança do Partido Socialista com o objetivo de ganhar as eleições legislativas para servir as portuguesas e os portugueses", disse.
"Candidato-me porque acredito na vitalidade essencial do projeto político e programático do PS apresentado aos portugueses e cujo legado com o Estado social numa gestão com contas certas, numa economia dinâmica e que será meu dever empenhar-me e aprofundar", sublinhou ainda o dirigente socialista.
Em entrevista à TVI, o candidato à liderança do PS José Luís Carneiro garantiu este domingo que não será por ele que o Chega conseguirá "o poder no país", depois de questionado sobre a possibilidade de viabilizar um governo minoritário do PSD.
"Aquilo que eu posso dizer é o seguinte: não será por mim que o Chega chega ao poder no nosso país", respondeu o ministro da Administração Interna.
Na sequência da demissão de António Costa, além de José Luís Carneiro, associado à ala mais moderada do PS, vai também candidatar-se à liderança do partido Pedro Nuno Santos, conotado como da ala esquerda do partido, tendo Carneiro sido questionado sobre o que distingue as duas candidaturas e se tem mais capacidade para dialogar à direita.
O ministro começou por salientar "a marca mais importante do ponto de vista da afirmação das liberdades e da afirmação da qualidade da vida democrática" do PS, que é a capacidade dos socialistas de "dialogar com o centro-direita, mas também para dialogar à esquerda", recordando que o partido demonstrou-o em vários momentos da sua história.