A Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores (CPPM), organismo da Santa Sé, vai definir uma nova estratégia para o combate e prevenção de abusos, assumindo preocupação com as situações de assédio online.
O anúncio foi feito esta segunda-feira, no final da reunião plenária da CPPM, numa nota divulgada através do portal de notícias do Vaticano.
Além da revisão das linhas diretrizes publicadas em 2011, pela Doutrina da Fé, a comissão vai criar um fundo para ajudar as vítimas dos países mais pobres e promover acordos para a formação e prevenção, com “reforçado compromisso para o combate da pedofilia online”.
A nota da CPPM adianta que a “Estrutura de Diretrizes Universais” vai ser submetida aos líderes da Igreja, aos grupos de vítimas e a outras partes interessadas para um período de comentários públicos, antes da aprovação final.
A Comissão começou a trabalhar numa “ferramenta de verificação”, solicitada pelo Papa, para avaliar a “adequação das diretrizes de proteção das Igrejas locais”.
Quanto ao novo fundo, financiada por contributos de Conferências Episcopais, o mesmo visa oferecer programas de desenvolvimento e garantir maior acesso à formação e assistência às vítimas, seus familiares e às comunidades nas regiões mais pobres do mundo.
O primeiro acordo para um programa-piloto foi assinado com a Igreja no Ruanda, adianta a Santa Sé.
A reunião plenária da CPPM examinou ainda um acordo de parceria com a Fundação GHR, dos EUA, que administra um programa para a oferta de consultores regionais especializados em proteção.
Outro tema em debate foi o recente acordo de cooperação recentemente assinado com o Dicastério para a Evangelização dos Povos, para “promover os objetivos de proteção” através do trabalho deste organismo da Santa Sé, que “supervisiona a vida da Igreja em mais da metade do território mundial”.
O presidente da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, cardeal Sean O’ Malley, arcebispo de Boston (EUA), assinalou que estes desenvolvimentos representam “uma importante mudança”, centrando o trabalho na resposta a “necessidades de curto e longo prazo”.
“O Santo Padre pediu-nos muito e estamos todos comprometidos em realizá-lo. Procuramos os recursos necessários para responder adequadamente e estamos confiantes no plano que definimos e nas pessoas que trabalham connosco”, acrescentou.
O CPPM foi criado pelo Papa Francisco em 2014 e, desde 2022, integra o organograma da Cúria Romana, ligado ao Dicastério para a Doutrina da Fé.