O novo diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa considerou como positiva a entrada de outros Estados como membros efetivos da organização, desde que cumpram os requisitos e obedeçam aos seus princípios.
"Desde que cumpram os requisitos, desde que tenham o português como língua oficial, e que obedeçam aos princípios estabelecidos nos estatutos da CPLP não vejo por que razão outros Estados não poderão associar-se", afirmou, em entrevista à Lusa, o diplomata são-tomense Armindo Brito Fernandes, que tomou posse esta semana.
O diplomata são-tomense já tinha defendido a ideia do alargamento da CPLP a países não-lusófonos poucos dias depois de ter sido escolhido para o cargo de diretor-geral.
Agora, em entrevista à Lusa, esta semana, após a sua tomada de posse, assegurou que não está a pensar em nenhum Estado em concreto.
"Não estou a pensar em Estado nenhum, porque isso depende do interesse dos Estados. Os Estados que manifestarem esse interesse. (...) as instâncias próprias da CPLP saberão analisar este pedido e tomarão uma decisão relativamente à aceitação ou não da sua entrada como membro efetivo", comentou.
"Para se ser Estado-membro da CPLP é preciso reunir os requisitos necessários para tal. Acredito que alguns dos países não estarão, nesta altura, a reunir esses requisitos, nomeadamente o de ter a língua portuguesa como língua oficial", referiu.
Mas se outro país viesse a ser Estado-membro, isso "significaria que o português se tornaria língua oficial desse país, que há um engajamento [empenho] desse Estado relativamente aos princípios fundamentais da CPLP", concluiu, o que considerou ser positivo.
A escolha do novo diretor-geral da CPLP resultou de um concurso lançado pela organização, ao qual concorreram 132 candidatos, segundo a informação disponibilizada pela diplomacia são-tomense.
Embaixador do quadro da carreira diplomática de São Tomé e Príncipe, Armindo Brito Fernandes exercia desde 2013 funções de coordenação e gestão no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe, com responsabilidades na área do Fundo Europeu de Desenvolvimento.
Como diplomata, foi embaixador em Angola, encarregado de negócios na Bélgica e chefe da missão diplomática de São Tomé e Príncipe junto da União Europeia
O diretor-geral é o responsável, sob a orientação do secretário-executivo, pela gestão corrente, planeamento e execução financeira, preparação, coordenação e orientação das reuniões e projetos ativados pelo secretariado executivo da CPLP.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.