Mais três sindicatos representativos dos trabalhadores da Groundforce anunciaram esta segunda-feira que retiraram os pré-avisos de greve, para 31 de julho, 1 e 2 de agosto, fazendo com que não haja nenhuma paralisação prevista até à segunda quinzena de agosto.
Em comunicado conjunto, os sindicatos Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) dizem estarem sanadas as divergências que levaram ao aviso prévio de greve para dias 31 de julho e 1 e 2 de agosto bem como ao trabalho suplementar, que assim é retirado".
Também o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA), considerou esta segunda-feira, em comunicado, "estarem criadas as condições" para desconvocar a "paralisação total para os dias 30, 31 de julho e 1 de agosto", por se ter "verificado o pagamento do subsídio de férias referente a 2020 e da anuidade vencida em 2021", prometido pela tutela.
Já antes, os outros sindicatos representativos dos trabalhadores da Groundforce tinham anunciado a retirada das greves anunciadas para o final deste mês e início de agosto.
Mantém-se, no entanto, um pré-aviso de greve para a segunda quinzena de agosto, do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP).
A Groundforce comunicou aos trabalhadores que, depois da garantia do Governo de que a TAP irá pagar os serviços de junho antes do processamento salarial, a empresa terá condições para o pagamento atempado dos salários de julho.
Numa mensagem enviada aos trabalhadores pelo presidente do Conselho de Administração da Groundforce, Alfredo Casimiro, a que a Lusa teve acesso, o empresário adiantou que "com a garantia dada pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação de que a TAP efetuará à Groundforce o pagamento devido pelos serviços prestados em junho, antes do processamento salarial de julho, estão reunidas as condições que permitirão à Groundforce assegurar o pagamento atempado e integral dos salários de julho a todos os seus trabalhadores".
"Com o retomar da atividade dos nossos clientes e com a normalização, que se espera definitiva, dos pagamentos devidos pela TAP (que desde fevereiro não transferiu qualquer valor para a Groundforce por serviços prestados), temos toda a confiança que não voltará a haver motivos para qualquer atraso ou parcelamento dos salários devidos aos trabalhadores", indicou, na mesma mensagem.
Na semana passada, o Ministério das Infraestruturas e Habitação anunciou que a TAP vai pagar diretamente aos trabalhadores da Groundforce o valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso.
Em comunicado, a tutela de Pedro Nuno Santos indicou que "foi comunicado esta segunda-feira [21 de julho], em reunião com sindicatos da Groundforce, que a TAP vai proceder ao pagamento do valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso diretamente aos trabalhadores" da empresa de 'handling' (assistência nos aeroportos).
"Esta foi a solução encontrada para ultrapassar a recusa" da administração da Groundforce "em aceitar a transferência da TAP que permitiria o pagamento aos trabalhadores do subsídio que lhes era devido", adiantou o Governo.
"Ao mesmo tempo, a TAP vai abreviar o pagamento definido contratualmente para saldar a fatura relativa a serviços prestados em junho, garantindo que a administração da Groundforce tem liquidez suficiente para pagar integral e atempadamente os salários dos trabalhadores relativos ao mês de julho", adiantou o Ministério, sublinhando "que o valor dos serviços prestados pagos pela TAP à Groundforce é superior às necessidades salariais dos trabalhadores" da empresa.
Os trabalhadores da empresa de 'handling' realizaram uma greve em grande escala, no fim de semana de 17 e 18 de julho, que obrigou ao cancelamento de centenas de voos e ameaçavam com mais paralisações, caso os problemas continuados com os salários na Groundforce não fossem resolvidos.