Alunos do secundário em Paços de Ferreira passam a ter aulas à distância
01-11-2020 - 19:05
 • Lusa

Em causa estão escolas de um dos três concelhos abrangidos pelo dever de permanência no domicílio em vigor desde dia 22 de outubro, medida que o Governo anunciou ontem que será alargada a um total de 121 municípios na próxima quarta-feira.

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Duas escolas secundárias de Paços de Ferreira, concelho do Tâmega e Sousa, região que tem vindo a registar aumento de casos Covid-19, anunciaram este domingo que vão passar a ter aulas à distância a partir de amanhã.

Através de comunicados publicados quer nas redes sociais, quer nas suas páginas oficiais na Internet, as Escola Secundárias de Paços de Ferreira e a D. António Taipa, localizada em Freamunde, alertam a comunidade escolar para a passagem “temporária” do regime presencial para o regime à distância.

“Existem muitos alunos, professores e funcionários com sintomas compatíveis com a Covid-19 e em isolamento profilático, pelo que os grupos de funcionários em exercício de funções começam a acusar um desgaste acentuado que torna difícil o cumprimento do Plano de Contingência e Higienização dos espaços e equipamentos. Lembro que temos 1.507 alunos e 70 turmas. Com um cenário destes não dispomos de condições de higienização dos espaços com a regularidade necessária”, lê-se no comunicado assinado pelo diretor da Escola Secundária de Paços de Ferreira, José Valentim Teixeira de Sousa.

Também a direção da Escola Secundária D. António Taipa alerta que a partir de segunda-feira todos os alunos do secundário (regular e profissional) passam ao regime não presencial, uma medida que abrange estudantes do 10.º, 11.º e 12.º anos.

“Nos termos do número 05 da Resolução do Conselho de Ministros nº. 53-D/2020, foi dado parecer favorável da DSRN [Direção Regional de Educação do Norte] – DGEstE [Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares], à transição do regime presencial para não presencial para todos os alunos do Ensino Secundário, conforme determinação da senhora Diretora-Geral de Saúde”, refere o aviso publicado pela direção do Agrupamento D. António Taipa de Freamunde.

Já numa publicação na rede social Facebook, a direção da Secundária de Paços de Ferreira fala em “sensação de insegurança na comunidade educativa” e alerta que “os alunos (mais velhos) continuam a juntar-se à porta da escola, no espaço exterior e nas paragens de autocarro, alguns sem máscara, não mantendo distância social”.

“Essa situação acontece também durante os intervalos e na hora de almoço. Alguns partilham comida, telemóveis e outros bens de uso pessoal, nomeadamente garrafas de água, não obstante serem advertidos pelos funcionários e docentes”, acrescenta a direção da escola.

Em causa estão escolas de um dos três concelhos abrangidos pelo dever de permanência no domicílio em vigor desde dia 22 de outubro, medida que o Governo anunciou ontem que será alargada a um total de 121 municípios do país na próxima quarta-feira.

O número de casos ativos de infeção pelo novo coronavírus aumentou em Paços de Ferreira 41,5% numa semana [entre 19 e 26 de outubro], revelam relatórios da Direção-Geral da Saúde (DGS) publicados à segunda-feira.

No sábado o presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa afirmou serem "sensatas e as possíveis" as medidas anunciadas pelo Governo de combate à Covid-19, considerando que equilibram com a necessidade de manter a atividade económica.

Gonçalo Rocha considerou, em declarações à agência Lusa, que o conjunto de medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, no final do Conselho de Ministros extraordinário, inserem-se numa necessidade de "falar claro às pessoas".

"São medidas sensatas e as possíveis em face do aumento de casos positivos na nossa região e, sobretudo, o equilíbrio que elas demonstram no que é o combate à pandemia e a travagem do aumento progressivo de novos infetados e a atividade económica, de que não nos podemos esquecer. São medidas equilibradas, embora sempre discutíveis", disse.

Paços de Ferreira também pertence à zona apoiada pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que, com unidades em Penafiel e em Amarante, acolhia na sexta-feira “cerca de 180” doentes Covid-19, “o correspondente a 10% dos internamentos nacionais”, de acordo com dados revelados à Lusa pela secção regional do Norte da Ordem dos Médicos.

A pandemia de Covid-19 já provocou quase 1,2 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.544 em Portugal.