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A possível redução da efetividade das vacinas contra a Covid-19 poderá colocar o país novamente acima das linhas vermelhas em dezembro e janeiro, altura das festividades do Natal e Ano Novo.
O cenário é lançado por Baltazar Nunes, do Instituto Dr. Ricardo Jorge, na reunião com os responsáveis políticos na sede do Infarmed.
O especialista cita um estudo inglês sugere "a redução da efetividade da vacina contra a infeção sintomática para 40% a 60% após quatro a cinco meses do esquema completo", uma redução que é "ainda mais acentuada na população idosa e com comorbilidades".
O especialista ressalva, no entanto, que o estudo está ainda em "revisão de pares e com informação em evolução".
Três cenários em cima da mesa
Com base nestes estudos, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge traçou ainda três cenários para o Outono e Inverno.
O cenário 1 contempla que a proteção vacinal continua elevada durante a altura das festividades, como o Natal e Ano Novo, e que, por isso, não haverá uma grande perturbação nos serviços de saúde e isso não se traduzirá num aumento descontrolado de óbitos, internados e internados em cuidados intensivos (UCI)
Já os cenários 2 e 3 sugerem uma perda acentuada da efetividade vacinal e que poderá "dar problemas na altura de dezembro e janeiro", com a ocupação em UCI e os óbitos acima das linhas vermelhas a partir da primeira quinzena de janeiro, no cenário 3, ou segunda quinzena de janeiro, no cenário um.
Baltazar Nunes reforça que são "cenários de simulação com base em pressupostos que não estão verificados, não são previsões".
Apesar da possibilidade de redução da efetividade das vacinas, Baltazar Nunes é claro: "A cobertura vacinal tem uma relação direta com a reprodução efetiva do vírus". O especialista mostrou na reunião um gráfico que mostra que "os países com maior cobertura vacinal, têm o Rt inferior a 1, enquanto que os países com menor vacinação têm o Rt superior a 1".