O INEM tem até 15 de março para apresentar um documento que responda às exigências de financiamento feitas pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), depois de ter resultado inconclusiva a reunião desta segunda-feira.
“Se até ao dia 15 não houver uma solução, podemos tomar medidas mais drásticas como seja não fazer o transporte dos doentes em alta hospitalar pelas nossas ambulâncias”, admite à Renascença António Nunes, presidente da LBP.
Entre outras matérias, o encontro serviu para discutir uma atualização dos valores dos pagamentos do socorro pré-hospitalar por parte do INEM, às corporações de bombeiros, um dos pontos que tem gerado polémica entre as várias entidades.
António Nunes afirma que há um “subfinanciamento crónico” para o transporte de doentes urgentes, alegando que com as atuais tabelas não é possível chegar a acordo.
“Os valores que o INEM disponibiliza para a compensação destes transportes estão desatualizados há muitos anos. A compensação mensal por posto de emergência médica esta, atualmente, em 4890 euros. Nós não aceitamos um valor inferior a 6000 euros para o corrente ano de 2024. Os outros valores aceitamos que sejam atualizados à taxa de inflação”, declara.
O presidente da LBP diz que as associações humanitárias “chegaram a um limite”, “estão subfinanciadas” e a “desviar dinheiro e fundos de outras atividades para subsidiar o transporte de doentes urgentes”.
A reunião que juntou a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), nas instalações do Serviço Nacional de Saúde no Hospital São João, no Porto, terminou sem que fosse alcançado um entendimento.
Ficou agendada uma nova reunião para o dia 27 de março.