O cardeal George Pell, chefe das Finanças do Vaticano, compareceu esta quarta-feira num tribunal em Melbourne para uma sessão preliminar ao julgamento em que vai responder por acusações por abuso sexual de menores.
Pell esteve seis minutos no tribunal e viu o juiz ordenar à polícia que entregue todas as provas aos seus advogados até ao dia 8 de Setembro. O tribunal convocou todas as partes para uma nova audiência a 6 de Outubro, altura em que o magistrado decidirá se existem provas suficientes para que o processo vá a julgamento.
O cardeal, vestido com um casaco preto e colarinho clerical, escoltado por polícias e pelos seus advogados, não fez declarações no tribunal, onde também se encontravam as vítimas que o acusam.
As autoridades ainda não revelaram o número de acusações contra Pell, de 76 anos, nem o período em que alegadamente ocorreram.
O cardeal australiano foi formalmente acusado a 29 de Junho pela polícia, e no dia seguinte, a partir de Roma, defendeu a sua inocência numa conferência de imprensa. Na altura garantiu ser "inocente" e classificou a investigação de “implacável assassinato de carácter”.
Pell, considerado o número três do Vaticano, regressou à Austrália no dia 10 de Julho.
Foi sacerdote na sua cidade natal de Ballarat (1976-1986), no estado australiano de Victoria, e arcebispo de Melbourne entre 1996 e 2001. Já em 2003, foi nomeado cardeal pelo Papa João Paulo II e há três anos foi escolhido pelo Papa Francisco para a secretaria de Economia da Santa Sé, um posto criado para sumo pontífice para enfrentar os escândalos em torno das finanças do Vaticano.