Há pelo menos sete mortos na sequência dos protestos na Venezuela depois de Nicolas Maduro ter sido anunciado vencedor e a oposição contestar o resultado, segundo o Forum Penal venezuelano.
O jornal El Pais adianta ainda que há 46 detidos na sequência dos confrontos da última noite.
Em três cidades os manifestantes derrubaram estátuas de Hugo Chávez com marretas. Os manifestantes decapitaram uma das imagens e arrastaram a cabeça de bronze amarrada a uma mota com uma corrente, descreve o mesmo jornal espanhol.
Neste momento permanece a desconfiança por parte da comunidade internacional em relação aos números oficiais que a Comissão Nacional de Eleições apresentou.
As dúvidas advêm, em primeiro lugar, de o partido no poder não oferecer os dados específicos registados em cada centro eleitoral. Em segundo, por não ter sido demonstrado que o atraso no anúncio da contagem se deveu a uma tentativa de pirataria informática da Macedónia do Norte, como foi denunciado pelo Procurador-Geral.
Vários países preocupados com a situação venezuelana – dos Estados Unidos à União Europeia ou aos gigantes latino-americanos como o Brasil, a Colômbia e o México – exigem que o Governo Maduro faça uma contagem transparente, com a ajuda de auditores independentes, para esclarecer todas as dúvidas.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, e o seu candidato presidencial, Edmundo González Urrutia, mantiveram esta segunda-feira a veemente rejeição aos resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), organização controlada pelo chavismo, que concedeu o triunfo das eleições para o atual presidente, Nicolás Maduro.
Machado anunciou que González obteve 73,2% dos votos”. “Temos uma forma de provar a verdade”, disse.
Nicolas Maduro reage a estas incidência dizendo que as táticas da oposição já são conhecidas e que a vontade dos opositores é o de implementarem um governo fascista.
“Estamos em constante vigília e ação para pôr fim ao golpe de Estado contra a Venezuela”, disse Maduro. “Desta vez, não mostraremos fraqueza”, acrescentou.
Para já o exército continua leal ao governo socialista.
Na cidade de Valencia, Fátima Pontes, líder da comunidade portuguesa na Venezuela, diz à Renascença que “toda a cidade está a sair para a rua e a protestar”.
“A Polícia já está a contra-atacar com gás e estamos já a ver balas também. Já não estou a gostar desta situação”, descreve.
“O povo já não quer este governo esquerdista, está farto”, concretiza.