Rui Rio admite um cenário de privatização da Caixa Geral de Depósitos.
No debate desta segunda-feira à noite na SIC Notícias com João Cotrim Figueiredo, o líder do PSD divergiu do presidente da Iniciativa Liberal (IL) e admitiu essa hipótese, no caso do banco público começar a dar prejuízo, algo que não se coloca, neste momento.
“Uma vez que a CGD está capitalizada, está equilibrada, não está a dar prejuízo aos contribuintes - bem pelo contrário - acho que temos aqui uma divergência: um banco público faz sentido, mas não é um dogma, porque, se começar a ter problemas, não tem de ficar público ad eternum”, disse Rio.
O debate entre PSD e IL ficou marcado por algumas convergências entre os dois partidos e pela possibilidade de um entendimento pós eleitoral.
Cotrim Figueiredo admite mesmo um acordo de incidência parlamentar, sem exigir lugares num eventual governo do PSD
“Nunca nos batemos por cargos, o que interessa são as ideias. É evidente que a confiança e a determinação das pessoas que levam essas ideias à prática conta, mas o essencial é que Portugal tenha, finalmente, um conjunto de políticas liberais que possam produzir crescimento”, disse o líder da IL.
Na resposta, Rui Rio admitiu que a convergência com a IL não é difícil, mas ressalva contudo que o modelo dos liberais para tirar o Estado da sociedade é que o distingue dos social democratas.
Contrapondo, o líder da IL pede rasgo e pressa a Rui Rio para mexer em sectores como a saúde e política fiscal.
Separados pelos impostos, educação e TAP
Ambos os líderes quiseram mostrar as divergências de fundo que têm por exemplo em relação à política fiscal, com o IRS à cabeça.
Rui Rio critica a proposta da IL de criar uma taxa única: “é um mundo maravilhoso, só que o Orçamento não aguenta”.
“Eu quero mexer nos escalões de uma tal maneira que as pessoas passem a pagar menos. E vão passar a pagar menos de uma forma faseada, não é tudo de uma vez só e não será uma taxa única. A questão do IRC é a mesma coisa”.
Outra área em que Rio e cotrim Figueiredo divergiram foi a do acesso à educação no público e privado, tal como a privatização da TAP: Cotrim Figueiredo defende, desde já, a entrega da companhia aos privados.
Rio acha que isso iria fazer com que à partida o Estado perdesse os 2 mil milhões que já investiu.