Os consumidores portugueses pouparam 163 milhões com leilões de energia desde 2012. As contas são do regulador, que aponta para uma redução média de mais de 18 milhões de euros por ano, durante oito anos.
Segundo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), os leilões da energia proveniente da Produção em Regime Especial (PRE), permitiram reduzir o “sobrecusto desta energia, pago por todos os consumidores nas tarifas, em mais de 163 milhões de euros entre 2012 e 2020".
Durante este período, foram realizados 36 leilões de colocação a prazo de energia, que corresponde a um volume total adjudicado de cerca de 49 terawatts por hora (TWh), são mais de 95% do consumo anual em Portugal continental.
Em média, estes leilões permitiram reduzir o preço e garantir uma margem positiva para o CUR [comercializador de último recurso, a SU Eletricidade, antes designada EDP Serviço Universal] e para todo o sistema elétrico de 3,33 euros por MWh. Contas feitas, em oito anos, a poupança acumulada é de 163,13 milhões de euros.
Nada foi desperdiçado. "A totalidade dos volumes colocados a licitação em todos os leilões realizados até à data foi integralmente colocada, tendo-se verificado sempre um excesso de procura", revelou.
O objetivo destes leilões é permitir aos comercializadores do mercado liberalizado o acesso a fontes de abastecimento "em condições de estabilidade e menor volatilidade do preço". A energia é, maioritariamente, proveniente de fontes renováveis.
A energia é adquirida pelo CUR, "a quem cabe comprar toda a PRE", para diminuir a volatilidade do preço de venda e estabilizar o sobrecusto da PRE - a diferença entre o preço pago aos produtores com tarifa garantida e a receita gerada com a venda em mercado.
Quem paga os sobrecustos? Os consumidores. O próximo leilão realiza-se em 22 de setembro