No sábado passado um caça da força aérea americana abateu um enorme balão, vindo da China. As autoridades americanas retardaram o abate do balão de modo a que os destroços caíssem no mar. Este balão tinha antes sobrevoado o território dos EUA, incluindo os estados de Montana e Idaho, onde se situa um centro de comando de mísseis intercontinentais.
O Secretário de Estado Antony Blinken, que deveria partir para a China, adiou a visita, mas não a anulou; veremos quando ela se concretizará. As autoridades chinesas afirmam que este balão era de mera observação meteorológica, o que parece improvável. E acusam os EUA de reagirem com excesso de força.
A verdade é que a China se tem recusado a regular, com outros países, eventuais situações de risco de colisões aéreas. Nos “media” chineses, a notícia do derrube do balão apareceu de forma discreta.
Entretanto, surgiram notícias sobre um segundo balão, avistado na América do Sul e que depois desapareceu. Mais grave, soube-se que durante a presidência de Trump e no início da presidência de Joe Biden três balões chineses haviam sobrevoado território norte americano.
Seria mais uma manifestação da conhecida simpatia de Trump quanto aos políticos de ditaduras? Não, o Departamento de Defesa dos EUA esclareceu que só na presidência de Biden teve consciência de que se tratava de balões chineses. Uma falha que preocupa.
No seu discurso sobre o estado da União, na terça-feira, o presidente Biden afirmou que, “tal como deixámos claro na semana passada, se a China ameaçar nossa soberania, agiremos para proteger nosso país”. É o início da campanha de Joe Biden para ser reeleito em 2024.
Os destroços no mar do balão derrubado são agora objeto de investigação pelo FBI. Mas provavelmente nós pouco mais saberemos deste caso, nesta era de espionagem através de balões.