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O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já está a trabalhar no relatório a enviar ao primeiro-ministro em resposta à pergunta que António Costa dirigiu ao organismo.
No despacho assinado na segunda-feira por António Costa e a que a agência Lusa teve acesso, são pedidos esclarecimentos sobre três das circunstâncias por apurar em relação às consequências trágicas do incêndio de Pedrógão Grande.
O chefe do Governo quer saber se “houve no local circunstâncias meteorológicas e dinâmicas geofísicas invulgares que possam explicar a dimensão e intensidade da tragédia, em especial no número de vítimas humanas, sem paralelo nas ocorrências de incêndios florestais, infelizmente tão frequentes em Portugal”.
Contactado pela Renascença, o presidente do IPMA, Miguel Miranda, diz que a resposta tem de ter em conta vários dados. “É necessário reprocessar todos os dados de descargas eléctricas, todos os dados de radar e alguma informação que vêm de imagem de satélite”, diz, acrescentando que foi criado um grupo de trabalho para analisar o que aconteceu.
Miguel Miranda explica ainda pormenores das questões levantadas por António Costa. “Uma questão é a caracterização da situação meteorológica, já expusemos de uma forma simples qual era o nível de excepcionalidade desta situação, mas neste relatório vamos descrever de uma forma mais sistemática. Queremos explicar em que medida é que é invulgar, o que é que nos levou a lançar tantos avisos nesta altura.”
“Depois, há a questão sempre presente que é até que ponto é que a evidência meteorológica das descargas eléctricas e a sua relação com a primeira ignição. Quando este trabalho acabar teremos uma ideia final evidência ou não”, concluiu o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.