O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diz estar disponível para um acordo de cessar-fogo que ceda temporariamente territórios à Rússia, desde que a adesão à NATO esteja garantida.

Em entrevista à estação de televisão Sky News, Zelensky assume que esta pode ser uma possibilidade para terminar com o que designa de “fase quente” da guerra com a Rússia.

"Ninguém nos ofereceu estar na NATO para uma parte ou outra da Ucrânia. O facto é que é uma solução para parar a fase quente da guerra porque podemos simplesmente conceder a adesão à NATO à parte da Ucrânia que está sob nosso controlo", disse o Presidente ucraniano.

O chefe do Estado ucraniano ressalva, contudo, que não vai desistir dos territórios ocupados pela Rússia e que, em caso de tréguas, vai recuperá-los por via diplomática.

O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros enviou uma carta aos membros da NATO, avançou esta sexta-feira a agência Reuters.

Andrii Sybiha escreveu uma carta em que apela aos parceiros da NATO que façam um convite formal à Ucrânia, na reunião marcada para a próxima semana, em Bruxelas.

A Ucrânia reconhece que não pode entrar para a NATO enquanto a guerra durar, mas o convite formal representaria um sinal para o Presidente russo, Vladimir Putin.

"O convite não deve ser encarado como uma escalada" do conflito, refere o ministro ucraniano. "Pelo contrário, com uma compreensão clara de que a adesão da Ucrânia à NATO é inevitável, a Rússia perderá um dos seus principais argumentos para continuar esta guerra injustificada."

A carta reflete o esforço renovado da Ucrânia para garantir um convite para aderir à NATO, que faz parte de um “plano de vitória” delineado no mês passado pelo Presidente Zelensky para acabar com a guerra desencadeada pela invasão russa em 2022.

Ainda esta sexta-feira, o Presidente ucraniano nomeou um novo chefe do Exército. Na rede social X, Zelensky fala de uma mudança necessária para atingir importantes objetivos militares.