Rui Rocha visita "hospital fantasma" e salva casamento no Algarve
27-02-2024 - 23:29
 • Filipa Ribeiro

Rui Rocha passou pelo terreno destinado ao Hospital Central do Algarve para prometer a construção do projeto em dois anos, mesmo que seja uma parceria público-privada. Em Faro reconheceu que vai ser difícil convencer o eleitorado da região.

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O líder da Iniciativa Liberal (IL) lamenta que 22 anos depois continue por cumprir o projeto do Hospital Central do Algarve. "Gostava muito de estar a visitar um hospital que existisse", diz e recorda as complicações do serviço de saúde no Algarve. No terreno que fica em frente ao estádio de Faro foi montada pelos liberais uma moldura com criticas às laranjas e às rosas, numa alusão aos governos do PSD e PS. "As soluções que têm governado Portugal não têm sido suficientes", diz.

Rui Rocha garante que com a IL o hospital será construído, estimando "dois anos para a obra ficar concluída". Sobre a possibilidade de uma parceria público-privada defende que "essa parece uma boa solução" porque a IL não tem nenhuma "barreira ideológica", acrescenta.

O mesmo local foi visitado por Luís Montenegro, da AD, no dia anterior, uma coincidência que Rui Rocha desvaloriza.

Ainda sobre o setor da saúde, o líder da IL voltou a defender um sistema de saúde semelhante ao da ADSE com liberdade de escolha para os portugueses entre os serviços de saúde públicos e privados.

Depois de 20 minutos a olhar para o terreno que sonha ser um hospital, a Iniciativa Liberal voltou ao autocarro azul para testar possíveis eleitores em Faro.

Há quem vote IL em Faro e quem não queria ouvir falar em políticos

Com as ruas da baixa de Faro vazias, Rui Rocha optou por entrar nas lojas para perguntar aos comerciantes como tem corrido o negócio.

Seguido por um grupo de bandeiras, o líder da Iniciativa Liberal pedia licença para entrar e na lista de perguntas estava sempre a questão sobre o produto que se vendia mais. Numa primeira loja de artigos nacionais, Rui Rocha foi resistente em investir em qualquer artigo, ficou-se apenas pela conversa.

Mas a verdade é que loja mais a frente encontrou Irina Santos, que conhecia bem o líder da IL. "Por acaso, é em vocês que estou a pensar em votar", disse. Estava em sintonia com Rui Rocha na opinião sobre a importância do turismo, a satisfação em encontrar uma pessoa que dará voto à IL a 10 de março levou a comitiva a comprar um jarro da portuguesa Nélia Patalim, o artigo mais vendido na loja. Rui Rocha queria uma em "azul IL", não havia e não comprou. Mas a comitiva investiu num jarro preto.

Apesar de Rui Rocha não ter comprado nenhum artigo, Irina Santos agradeceu e ainda lançou a frase "espero que ganhem".

À saída da loja o líder da Iniciativa Liberal reconheceu, contudo, que "temos a noção que eleger em Faro é um objetivo difícil, mas não prescindimos de nada. Não sendo dos círculos mais fáceis de eleger até ao dia 10 mantemos a ambição de crescer", diz.

Metros à frente, encontrou um dos poucos turistas na cidade, um espanhol. Rui Rocha puxou do seu castelhano e desejou boas férias. Mais adiante realçou a importância do turismo para Portugal. "O turismo tem feito um trabalho importante de mais valor acrescentado, mais riqueza para Portugal e isso é fundamental", realçou.

Numa das ruas da baixa saltou à vista um antigo atelier de fotografia com as janelas forradas a cartão. À porta estava Alexandre Rocha Alves, que já decidiu que não vai votar a 10 de março.

Rui Rocha ficou sem palavras e pediu-lhe que pensasse melhor. Durante a conversa, acabou por contar ao líder da Iniciativa Liberal que estava a tirar as últimas coisas da loja, por ter encerrado o negócio.

Mais uma vez faltaram as palavras a Rui Rocha por pensar que estaria perante um negócio falhado, no entanto, aos jornalistas posteriormente, Alexandre Rocha Alves confessou que fechou a loja porque se vai reformar e que a última vez que votou foi no Partido Socialista com quem diz estar "desiludido". O partido que mais o agrada atualmente é o Chega, mas não está convencido o suficiente para votar.

A volta a Faro terminou na pastelaria Gardy, onde Rui Rocha salvou o casamento ao comprar seis Dom Rodrigos. "Eu se chegar a casa sem Dom Rodrigos , não me deixam entrar. Diz Rui Rocha numa referência à mulher que chegou a ser professora na cidade de Faro.

O líder da Iniciativa Liberal entrou para a parte de dentro do balcão, recebeu a caixa com os seis Dom Rodrigo e sublinhou a quem o atendeu "salvou o meu casamento", brincou.