Almofada ou cofre, Passos garante que país está “apetrechado” contra volatilidades
22-09-2015 - 14:06

Quanto ao adiamento de reembolso da dívida, por causa da venda do Novo Banco ainda não ter avançado, admite que o IGCP terá de reavaliar essa situação.

O presidente do PSD e primeiro-ministro afirmou que Portugal tem o "cofre devidamente apetrechado" para pagar os empréstimos aos credores, mesmo em caso de volatilidades do mercado.

"Nós temos disponibilidades, aquilo a que a senhora ministra das Finanças há um tempo chamou almofada financeira, temos o nosso cofre devidamente apetrechado para fazer face a qualquer circunstância de volatilidade de mercado, perturbação de mercado que possa acontecer", disse aos jornalistas no final de uma visita de campanha a um parque industrial.

Pedro Passos Coelho reconheceu que o atraso na venda do Novo Banco acabará por afectar de forma negativa as amortizações da dívida, nomeadamente ao FMI. O Estado conta com este negócio para recuperar dinheiro que aplicou na instituição, mas o atraso no negócio da venda obriga o Instituto de Gestão de tesouraria e da dívida pública, a adaptar a sua tesouraria.

"Uma vez que não foi concretizada a venda do Novo banco dentro do prazo que o Banco de Portugal tinha previsto, o IGCP [instituição do Estado que faz a gestão da dívida pública] terá de adaptar agora a gestão da sua tesouraria a essa circunstância".

Afirmando que "não há ainda uma decisão tomada sobre que tipo de amortizações antecipadas é que poderão, ou não, vir a ser feitas, até final do ano", o líder do PSD acrescentou que "a possibilidade de mais amortizações de empréstimos do FMI dependerá da avaliação de mercado que o IGCP vier a fazer".

Quem assumirá a pasta das Finanças?

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que também acompanhou a iniciativa de no Barreiro, afirmou aos jornalistas que "aquilo que se vencia este ano eram 500 milhões [de euros de pagamentos ao FMI], que já estão pagos".

Em relação a quem assumirá a pastas das Finanças, caso a coligação se mantenha no próximo Governo, o líder do PSD afirmou ter o "assunto muito bem esclarecido" na sua cabeça, não querendo avançar com nomes.

Questionada sobre se tem a expectativa de se manter no cargo, Maria Luís Albuquerque não quis responder, por considerar "não ser matéria para se especular neste momento".

Aproveitar o aeroporto de Lisboa

O presidente do PSD afirmou que quer aproveitar o aeroporto de Lisboa "tanto quanto puder ser aproveitado", não descartando, "num futuro mais alargado", uma infra-estrutura aeroportuária na margem sul do Tejo.

"Parece-nos importante aproveitar o investimento da Portela tanto quanto ele puder ser aproveitado", afirmou o também líder da coligação Portugal à Frente, quando questionado pelos jornalistas acerca do projecto "Portela mais um".

"Ela está, em termos estratégicos, descrita e prevista, mas não creio que nesta altura seja necessário acelerar nenhum preparativo, na medida em que esta opção de 'Portela mais um' dará perfeitamente para durante vários anos, e pelo menos seguramente até aos próximos seis ou sete anos, para podermos utilizar as infra-estruturas que temos".