Com o desfile de milhares de trabalhadores esta quinta-feira, em Lisboa, do Largo Camões até à Assembleia da República, terminou com balanço positivo este Dia Nacional de Protesto organizado pela CGTP-IN, contra o aumento do custo de vida e por melhores salários e pensões.
No final do discurso, frente ao Parlamento, a secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses destacou a forte adesão ao protesto em resposta à degradação das condições de vida e que se fez ouvir por todo o país.
“Esta manifestação em Lisboa foi uma das duas dezenas de manifestações que realizamos em todo o país, mas não expressa aquilo que foi a participação de milhares de trabalhadores neste Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta, pelo aumento dos salários, contra o aumento do custo de vida e pelo controle dos preços e pelos direitos dos trabalhadores”, assinalou Isabel Camarinha.
Ainda no palanque, a sindicalista regozijou-se com a participação, referindo-se a um “grande dia de luta”, com milhares de trabalhadores “em todo o país” a mostrar o seu descontentamento.
“Teve trabalhadores em greve, em paralisações, em plenários, em ações à porta das empresas e serviços, e que depois teve estas praças da indignação em que todos convergiram”, destacou a secretária-geral da CGTP.
Camarinha voltou a reclamar aumentos de 10% e, pelo menos, mais 100 euros “de imediato” para todos os que ganham 850 euros, seja no público, seja no privado.
Na manifestação esteve a líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, e o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, que saudaram os manifestantes.
Aos jornalistas, Catarina Martins considerou “normal que a mobilização social aumente”, uma vez que as pessoas sentem que neste ciclo de inflação, há uma especulação, em que alguns estão a ganhar muito, para quase todos perderem tanto”.
“Todos os dias há um grande anúncio, seja dos fundos que vão chegar, seja da economia que está a crescer e quem vive do seu trabalho tem cada vez mais dificuldades todos os dias”, referiu a coordenadora do BE, para quem, estas lutas que estão a crescer, “são lutas sobre justiça no nosso país”.
“É impossível o Governo dizer que está tudo tão bem e depois quem vive do seu salário sentir tantas dificuldades todos os dias”, rematou.
Por sua vez, o secretário-geral do Partido Comunista Português sublinhou que “esta luta é para continuar” existindo por parte dos trabalhadores uma “grande determinação e unidade”.
“Esta é uma luta pelos salários, contra o aumento do custo de vida, contra a precariedade, uma luta pelos direitos de quem produz a riqueza no nosso país, que é esta gente que está aqui e que merece uma vida melhor e digna, que é coisa que não tem acontecido”, lembrou ainda Paulo Raimundo.
Além desta manifestação em Lisboa, houve protestos em várias cidades do país, nomeadamente em, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Setúbal, Santarém, Portalegre, Porto, Viseu, Vila Real e Funchal.