Relatório de sinistralidade. 7.580 acidentes, 101 mortos e 493 feridos graves no primeiro trimestre
14-09-2023 - 14:26
 • Lusa

O relatório mostra que se verificaram aumentos em todos os principais indicadores em relação ao mesmo período de 2022.

Cerca de 7.580 acidentes ocorreram nas estradas portuguesas no primeiro trimestre deste ano, provocando 101 mortos e 493 feridos graves, num aumento de todos os indicadores de sinistralidade em relação ao mesmo período de 2022, foi anunciado esta quinta feira.

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que divulgou o relatório de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária do primeiro trimestre de 2023, dá conta que entre janeiro e março registaram-se 7.585 acidentes com vítimas no continente, dos quais resultaram 101 vítimas mortais, 493 feridos graves e 8.828 feridos leves.

O relatório mostra que se verificaram aumentos em todos os principais indicadores em relação ao mesmo período de 2022, registando-se mais 813 acidentes (+12,0%), mais duas vítimas mortais (+2,0%), mais 21 feridos graves (+4,4%) e mais 1.003 feridos leves (+12,8%).

No documento, a ANSR faz uma comparação com o ano 2019, uma vez que é o ano de referência para monitorização das metas fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030, tendo ocorrido menos 464 acidentes (-5,8%), menos 16 vítimas mortais (-13,7%), aumento de quatro feridos graves (+0,8%) e menos 819 feridos leves (-8,5%).

O relatório destaca também o aumento do número de atropelamentos nos primeiros três meses do ano, uma subida de 18,1% face ao mesmo período de 2022, que resultou num crescimento de 69,2% nas respetivas vítimas mortais e 34,3% nos feridos graves.

Segundo a ANSR, entre janeiro e março ocorreram 1.189 atropelamentos, que provocaram 94 feridos graves e 22 mortos.

No primeiro trimestre do ano, subiram igualmente as colisões e despistes (11,4% e 10,1%, respetivamente).

O relatório indica igualmente que mais de metade (54) do número de vítimas mortais registou-se na sequência de acidentes ocorridos fora das localidades, com um decréscimo de 11,5% face a igual período de 2022, representando estes desastres 21,3% do total.

No entanto, a maior parte dos acidentes ocorre dentro das localidades, caso em que houve um aumento de 11% entre janeiro e março, bem como uma subida de 23% do número de mortos.

Quanto ao tipo de via, 63,8% dos acidentes ocorreram em arruamentos, correspondendo a 34,7% das vítimas mortais, mais 40% face ao mesmo período de 2023.

Segundo a ANSR, os maiores aumentos do número de mortos ocorreram nas autoestradas e itinerários principais.

Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 73,4% do total, verificando-se um aumento de 11,2% relativamente ao primeiro trimestre de 2022, mas as maiores subidas foram em desastres envolvendo motociclos (mais 17,9% face a 2022) e nos velocípedes (+15,7% face a 2022), bem como no número de mortos.

O relatório avança também que, nos primeiros três meses do ano, verificou-se um aumento no número de acidentes em 15 dos 18 distritos, com maior expressão em Bragança (+34,5%) e Beja (+32,1%).

No que diz respeito ao número de vítimas mortais, os aumentos ocorreram em oito distritos, com os maiores aumentos absolutos nos distritos de Aveiro e Porto (+8 e +5, respetivamente).

A ANSR indica ainda, entre janeiro e março, considerando a distribuição do número de vítimas mortais pela rede rodoviária e respetivas entidades gestoras, verificou-se que 38,6% correspondeu à Infraestruturas de Portugal, 5% à Brisa, 3% à Ascendi e ao município do Porto e ainda 2% à Lusoponte e a cada um dos municípios de Aveiro, Fafe, Lisboa, Marinha Grande, Sintra e Vila Nova de Famalicão. .

De acordo com o documento, 50,5% das vítimas mortais decorreram de acidentes nas vias da rede rodoviária nacional e 49,5% às vias sob gestão municipal.