Tiago Aguiar e António Moreira de Sá, dois dos 12 detidos no âmbito da Operação Pretoriano, vão ser libertados, informou este sábado o advogado de um dos dois à saída do Tribunal de Instrução Criminal do Porto. Jorge Correia, advogado de António Moreira de Sá, referiu que o seu cliente vai ser libertado por o Ministério Público (MP) não considerar serem necessárias medidas de coação privativas de liberdade.
De acordo com o mesmo advogado, quando saiu do tribunal estava a ser ouvido Carlos Nunes, enquanto Vítor Catão optou, ao contrário do inicialmente previsto, por não falar com o juiz. As audições devem continuar na segunda-feira, a partir das 10h00, com Fernando Saul, oficial de ligação dos adeptos do FC Porto, seguido de Fernando Madureira, líder da claque dos "dragões".
Fernando Saul já tinha sido ouvido, mas vai sê-lo novamente depois de as transcrições dos telemóveis de alguns dos 12 detidos da Operação Pretoriano terem sido juntas aos autos do processo, adiantou fonte judicial à agência Lusa.
O juiz de instrução criminal Pedro Miguel Vieira tinha chamado os advogados de todos os arguidos ao Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto antes das 12h30, depois de ter analisado o relatório do conteúdo presente em alguns telemóveis apreendidos durante as buscas, remetendo esses meios de prova para o procurador do Ministério Público (MP).
Na sexta-feira, foram ouvidos pelo juiz António Moreira de Sá, que acabou o depoimento iniciado na véspera, José Pereira, Vítor Aleixo e os dois funcionários do emblema "azul e branco" implicados na Operação Pretoriano, casos de Tiago Aguiar e de Fernando Saul.
Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira e vice-presidente dos Super Dragões, permaneceu durante o dia em Santo Tirso, já que não pretende prestar declarações no primeiro interrogatório judicial no TIC, que visará a determinação de medidas de coação.
Na quarta-feira, a PSP deteve 12 pessoas - incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira -, no âmbito da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube.
De acordo com documentos judiciais, aos quais a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" na AG do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada a revisão estatutária, "do interesse da atual direção" "azul e branca".
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto divulgou que estão em causa "crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação".