Os procuradores suecos responsáveis pela investigação às alegações de violação contra Julian Assange anunciaram, esta sexta-feira, que vão deixar cair a investigação ao fundador da WikiLeaks. Esta decisão põe fim a uma luta legal que dura há sete anos.
“A procuradora-geral Marianne Ny decidiu descontinuar as investigações preliminares que dizem respeito ao alegado acto de violação de Julian Assange”, pode ler-se no comunicado divulgado pela justiça sueca.
O fundador do site dedicado à divulgação de documentos confidenciais está a viver na Embaixada do Equador no Reino Unido desde 2012.
Assange procurou asilo político junto da embaixada do país sul-americano para evitar ser extraditado para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. O homem por detrás do WikiLeaks sempre negou essa acusação.
A Reuters avança que a decisão da justiça sueca não põe fim à clausura de Assange na embaixada do Equador, uma vez que a polícia britânica garante que o fundador da Wikileaks será detido assim que sair da embaixada em Londres.
“O tribunal de Westminster emitiu um mandato de captura de Julian Assange depois de ele não se ter apresentando em tribunal no dia 29 de Junho de 2012", disse a polícia de Londres em comunicado. “ A polícia metropolitana é obrigada a executar esse mandato se ele abandonar a embaixada”, pode ler-se no comunicado citado pela Reuters.
Assange é o protagonista de uma das maiores fugas de informação da História dos Estados Unidos, com cerca 500 mil ficheiros militares classificados sobre as guerras do Afeganistão e Iraque a serem publicados no site Wikileaks.
Questionado em 2016 sobre as acusações de
violação, o fundador da WikiLeaks defendia haver motivações políticas nas acusações de que era alvo. Para Assange, a acusação de violação, que alega ser falsa, servia servia somente para que fosse extraditado para os Estados Unidos,
onde é acusado de revelar segredos de Estado
A decisão da justiça sueca surge mais de ano depois de um grupo de trabalho das Nações Unidas ter determinado que a clausura de Assange na embaixada se tratava de uma detenção ilegal.
"O fundador do WikiLeaks foi arbitrariamente detido pela Suécia e pelo Reino Unido desde a sua prisão, em Londres, a 7 de Dezembro de 2010", podia ler-se no comunicado com as conclusões do grupo de trabalho de cinco especialistas independentes, que apelaram às autoridades suecas e britânicas para colocarem um ponto final na detenção e respeitarem o seu direito a ser indemnizado.
Ainda que sem comentar esta decisão da justiça sueca, Assange reagiu na rede social Twitter com uma foto.