As eleições internas no PSD Madeira realizam-se três dias antes da data em que o Presidente da República volta a ter poderes para dissolver a assembleia legislativa regional.
Miguel Albuquerque anunciou a data há um mês, com o congresso marcado para 20 e 21 de abril. No mesmo dia em que anunciou a sua demissão, depois de ter sido constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção na região autónoma, o que levou à queda do seu executivo, de coligação PSD/CDS-PP e com o apoio parlamentar do PAN.
Esta quinta-feira, cerca de quatro mil militantes estão em condições de eleger o novo líder do PSD Madeira. A votação decorre apenas durante três horas, entre as 17h30 e as 20h30.
Há dez anos, Miguel Albuquerque foi à segunda volta com Manuel António Correia e venceu com 64,04% das preferências dos militantes, contra as 36,96% dos votos.
O atual líder do partido acusa o adversário de ter estado ausente durante esta década.
“Não foi preciso esperar dez anos para reunirmos e estarmos com os nossos militantes, porque é com eles que estamos sempre, no dia-a-dia, a trabalhar pelo nosso partido, coisa que muitos não fizeram", disse Miguel Albuquerque durante uma sessão com militantes.
Manuel António Correia tem feito a campanha dizendo que a liderança do PSD está fragilizada devido aos casos judiciais. Mas Miguel Albuquerque recusa que a sua liderança tenha deixado o partido enfraquecido.
"Neste momento, os dados estão lançados e os militantes vão avaliar quem é que tem maior capacidade de liderança, quem é que conquistou e manteve o PSD na liderança da região e qual o trabalho que no futuro terá que ser feito", afirmou o também presidente demissionário do Governo Regional, em entrevista à agência Lusa esta semana.
Miguel Albuquerque lembra ainda que se o partido estivesse divorciado dos madeirenses tinha perdido as eleições.
O PSD em coligação com o CDS venceu as regionais de 24 de setembro do ano passado. Nas eleições legislativas de 10 de março, os mesmos partidos tiveram mais dois mil votos do que nas eleições de 2022.
Nesta entrevista à agência Lusa, Albuquerque garantiu que está "muito motivado" para esta luta interna e preparado para qualquer cenário decorrente da decisão do Presidente da República sobre a crise política.
A partir de domingo, dia 24 de março, Marcelo Rebelo de Sousa volta a ter poderes para dissolver a assembleia legislativa da Madeira.