O ex-líder do CDS Adriano Moreira lembra a fidelidade de Freitas do Amaral à sua c. Em declarações à Renascença, Adriano Moreira recorda que Freitas do Amaral, que morreu esta quinta-feira aos 78 anos, recusou fazer parte do Governo de Marcello Caetano, o que no seu entender é "uma prova de fidelidade aos valores em que acreditava".
"Eu conheci o jovem Freitas do Amaral assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo sido discípulo do professor Marcello Caetano que o convidou para o Governo dele e que ele recusou. O que já é naquela idade uma prova de fidelidade aos valores em que acreditava e que achava que o regime de então não os respeitava", relata Adriano Moreira que recorda que foi Freitas do Amaral a trazer para Portugal a democracia cristã.
"É Freitas do Amaral quem trás para Portugal a democracia cristã, com o partido que fundou. E isso numa data em que a situação de direção interna portuguesa era muito problemática e o projeto europeu era, sobretudo, comandado pela democracia cristã da França, da Alemanha e da Itália”.
Para Adriano Moreira, “ele conseguiu a confiabilidade desse movimento europeu e veio, portanto, a ter um papel importantíssimo nessa relação de Portugal com a Europa".
Adriano Moreira não se mostra surpreendido com o facto de Freitas do Amaral se ter declarado um homem só.
O professor e ex-líder do CDS não se pronuncia sobre a saída de Freitas do Amaral do partido. Diz que este tipo de situações acontece "quando as pessoas são intransigentes na sua escala de valores".
Refere Adriano Moreira que “acontece muito a homens como Freitas do Amaral acabarem sós”, lembrando que “ele próprio uma vez até se declarou que era um homem só”.
Adriano Moreira afirma que “acontece muito quando as pessoas são intransigentes à sua escala de valores e reconhecem que as circunstâncias se alteram em termos de não poderem executá-las como desejam. Adriano Moreira diz que não conhece as situações que levaram Freitas do Amaral a abandonar o CDS, “nem sequer relatá-las” mas presta homenagem “à fidelidade que ele teve sempre à sua conceção cristã da vida e da orientação que devia ter o poder político".