A Proteção Civil alerta que, por causa da depressão ao largo dos Açores, os próximos dias vão ser marcados por "precipitação intensa e vento por vezes forte, o que vai levar ao agravamento da agitação marítima", podendo gerar cheias e inundações no meio urbano.
O Estado de alerta especial de aviso amarelo vigora até às 23h59 de segunda-feira, segundo o comandante Nacional da Proteção Civil, André Fernandes.
“Esta precipitação vai ter impacto nas bacias do Rio Vez, Rio Cávado, Rio Tejo, Rio Zêzere e Rio Nabão”, alertou no briefing desta manhã, dizendo que as cheias podem provocar inundações nas zonas urbanas adjacentes.
Fica ainda o “aviso à população para se manterem atentos aos comunicados do Instituto Português do Mar e Atmosfera e da Autoridade Nacional de Proteção Civil [ANPC]", disse o comandante, alertando que as zonas que inundaram devido à chuva de quarta-feira poderem voltar a ser afetadas.
André Fernandes lembrou que o dispositivo ainda está no terreno, devido à chuva intensa de quarta-feira, em trabalhos de recuperação, mas também de prevenção para o agravamento das condições.
"Importa acautelar o comportamento da própria população. Em caso de dúvida, áreas alagadas ou rodovias com água, não atravessem, mantenham a calma, façam inversão de marcha quando é possível ou aguardem", alertou. Na noite de quarta-feira, vários túneis da cidade de Lisboa, por exemplo, ficaram inundados devido à chuva intensa.
Proteção Civil recomenda cuidado em zonas ribeirinhas e condução prudente
Em suma, a ANPC alerta para a ocorrência de inundações em zonas urbanas, ocorrência de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras, possibilidade de deslizamentos de terras, arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, que podem causar acidentes, piso rodoviário escorregadio e formação de lençóis de água.
Entre as recomendações, a ANPC pede que se tenha especial cuidado "na circulação junto a zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a fenómenos de transbordo dos cursos de água", dizendo mesmo para evitar a circulação e permanência nesses locais.
Recomendou ainda a adoção de condução defensiva ou evitar zonas inundadas, dadas as previsões para as próximas 72 horas de chuva persistentes e ventos fortes.
“Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de águas nas vias”, diz a ANEPC, pedindo igualmente que os cidadãos não atravessem zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou tampas de esgoto abertas.
Em comunicado, a ANEPC pede aos cidadãos para terem “especial cuidado na circulação e permanência juntos de áreas arborizadas”, tendo em conta o risco de queda de ramos de árvores por causa de vento mais forte.
Recomenda também para que não pratiquem atividades relacionadas com o mar, seja pesca desportiva ou desportos náuticos, mas também passeios à beira-mar, evitando também estacionar veículos muito próximo da orla marítima.
As recomendações da ANEPC são medidas preventivas perante a informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que aponta para chuvas fortes, agitação marítima, neve e ventos fortes nas próximas 72 horas.
Do contacto com o IPMA, a ANEPC diz que o quadro meteorológico nos próximos três dias é de chuva persistente, por vezes forte, a partir da noite de hoje, “com o período mais crítico” entre as 00:00 e as 06:00 de domingo, em especial nos distritos de Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal e Portalegre, mas também no distrito de Faro.
“Vento forte do quadrante oeste mais intenso na faixa costeira ocidental a sul do cabo Carvoeiro e nas terras altas, com rajadas da ordem dos 90 Km/h, a fazer-se sentir em especial entre as 01h00 e as 04h00 de amanhã (11 dezembro) e novamente a partir da manhã seguinte (12 dezembro) nas regiões Norte e Centro”, refere a autoridade de proteção civil.
Em relação à agitação marítima, as previsões são de agitação forte, com ondulação superior a três metros na costa ocidental a partir da manhã de domingo e a poder manter-se até ao dia 16 de dezembro.
A queda de neve está prevista para os distritos de Bragança, Vila Real, Braga, Viana do Castelo, Viseu, Guarda e Castelo Branco, podendo acumular até aos cinco ou 10 centímetros.
Perante estas previsões meteorológicas, pode haver ocorrência de inundações em zonas urbanas, cheias, deslizamentos ou derrocadas, arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, piso escorregadio por eventual acumulação de gelo, neve e formação de lençóis de água.