A ministra da saúde, Marta Temido, diz que o Governo mantém firme a decisão de atribuir um medico de familia, ainda este ano, a 200 mil portugueses.
Ouvida durante a manhã desta segunda-feira na comissão parlamentar de Orçamento e finanças, Marta Temido afirmou que "a 31 dezembro do ano passado estavam inscritos nos cuidados de saúde primários 10,3 milhões de utentes, não só portugueses".
"O número tem aumentado continuamente o que dificulta o alcançar da meta da cobertura a 100%. Sabemos que temos inscritas pessoas da população flutuante: alunos erasmos, imigrantes, etc...", precisou.
A minstra da saúde confessa que esta "Não é uma realidade que nos satisfaça. Por isso, precisamos de contratar todos os especialistas de medicina geral e familiar a quem proporcionamos formação em 2020 e anos futuros", acrescentou Temido.
"O nosso objectivo de cobertura de 200 mil portugueses em 2020 prende-se com o número de médico de familia que irão ter sucesso nos exames de espcialidade, atribuição de uma lista média de utentes e as taxas de aposentação."
Marta Temido aproveitou para anunciar uma nova unidade de cuidados paliativos, já este ano, na àrea pediátrica do Centro Hospitalar de São João, no Porto.
Quanto ao Plano de Saúde Mental, a ministra garantiu que irá mesmo este ano para o terreno, estando as contratações necessárias a decorrer. Vão para o terreno as cinco equipas de adultos e as cinco equipas da infância e adolescência multidisciplinares junto de cada ARS.
Em 2020, a saúde recebe uma dotação orçamental com um reforço de 941 milhões de euros em relação ao último ano e a ministra diz que o sector está pronto para iniciar uma fase de expansão.
"O orçamento de 2020 nao se limita a dar mais afectar mais recursos ao SNS. O foco são as pessoas. Vamos apostar também na qualificação e motivação dos profissionais de saude", sublinha.
Marta Temido diz que "este ano vai contar com mais contratações, particular atenção ao equilibrio das equipas que precisamos de reforçar em tecnicos superiores de saude, de diagnostico, assistentes operacionais e tecnicos".
Mesmo assim, a ministra não tem dúvidas de que é "preciso fazer uma gestão criteriosa dos reforços, para que não sejam todos consumidos de uma vez".
Aposentações
Noutro plano, a ministra avnçou qe em 2019 aposentaram-se 1.392 profissionais de saude, sendo 410 médicos. Em 2018, tinha sido 881 profissionais, 277 deles medicos.
Esta foi uma audição muito participada, contou com 3 rondas a ultima delas com dezenas de perguntas.
O Bloco de Esquerda considerou o plano plurianual da saúde de 190 milhões de euros um 'plano parco', palavras do deputado Moisés Ferreira, que adiantou ainda que até 2021 o objectivo deveria ser abolir as taxas nos cuidados de saúde primários, exames, consultas, etc... para todos.
A deputada Paula Santos do PCP mostrou-se preocupada com o reforço anunciado na saude temendo que o dinheiro sirva para pagar apenas dividas e privados, sem que a verba seja usado para melhorar o SNS.
O CDS, pela voz da deputada Rita Bessa, lembrou que há quatro anos que os orçamentos comtemplam a construção de novos hospitais, mas tal nunca aconteceu e mais uma vez surgem no orçamento deste ano.
A deputada Bebiana Cunha, do PAN, quis saber quantos psicólogos e nutricionistas vão entrar no SNS e se é este ano que vão entrar os 25 interpretes de liguagem gestual definidos em 2019.