Os hospitais portugueses autorizados para a realização de abortos adquiriram nos últimos dez anos 134.564 comprimidos de mifepristona, conhecida como "pílula abortiva", desde que a interrupção da gravidez até às dez semanas foi despenalizada.
Os dados são do instituto que regula o sector do medicamento (Infarmed) e indicam que, actualmente, dois laboratórios têm autorização de introdução no mercado para a mifepristona.
Segundo o Infarmed, 28 hospitais do Serviço Nacional da Saúde (SNS) com gestão pública consumiram mifepristona em 2016.
A comercialização de mifepristona - que bloqueia a hormona fundamental para a manutenção da gravidez (progesterona) - está autorizada em Portugal desde Julho de 2007, o mesmo mês em que entrou em vigor a lei que despenalizou o aborto até às dez semanas, cujo aniversário se assinala sábado.
No segundo semestre de 2007 foram vendidas 4.427 unidades desta "pílula abortiva".
Em 2008, primeiro ano completo de comercialização legal deste medicamento em Portugal, foram vendidas 14.431 unidades.
Em 2009, foram vendidas 16.339 unidades; 16.298 em 2010; 15.259 em 2011; 13.558 em 2012; 13.234 em 2013; 12.147 em 2014; 11.614 em 2015 e 11.837 em 2016.
Entre Janeiro e Março deste ano, foram vendidos 5.420 comprimidos.