O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, afirmou esta quarta-feira que o Exército deverá retomar o curso da especialidade de Comando a partir de Abril, depois de aprovada uma "nova abordagem do processo de treino e formação".
"Todos os prazos foram respeitados, nos tempos previamente determinados. Significa que quando as medidas hoje anunciadas tiverem sido executadas, nada obstará, em princípio, a que se retomem os cursos de Comandos, coisa que eu prevejo que venha a ocorrer a partir de Abril", declarou.
José Azeredo Lopes falava aos jornalistas à saída da audição na comissão parlamentar de Defesa, após questionado sobre as medidas anunciadas esta quarta-feira pelo Exército, em comunicado, na sequência da reformulação dos procedimentos de avaliação médica e meios auxiliares de diagnóstico aos candidatos aos cursos das tropas especiais (comandos, paraquedistas e operações especiais).
Azeredo Lopes destacou "pela positiva" que, em primeiro lugar, a morte de dois formandos no 127.º curso, em 2016, "não ia ficar sem resposta", decorrendo ainda processos judiciais.
Em segundo lugar, acrescentou, o Exército mandou suspender a realização de novos cursos para avaliar "o que pudesse ter corrido mal em termos de procedimentos", que passou por "uma avaliação ao processo de formação" e à necessidade de "corrigir o referencial que determina os processos de formação".
"Se tudo correr como até agora, normalmente, a partir de Abril será possível retomar os cursos de Comandos agora com esta nova abordagem do processo de treino e formação", disse.
Na sequência da morte dos dois formandos foi ordenada uma inspeção técnica extraordinária ao curso de comandos, que decorreu entre Setembro e Novembro, cujo relatório foi concluído a 5 de Dezembro.
A realização de um novo curso, o 128.º, exigirá uma ordem nesse sentido por parte do Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, que suspendeu novos cursos até à conclusão das medidas previstas na sequência daqueles relatórios.