O Dia da Europa deste ano é “especial” e deve ser usado para promover um debate o mais alargado possível sobre as forças e fraquezas da União Europeia. É o que defendem 21 chefes de Estado europeus numa carta divulgada este sábado e disponível no site da Presidência portuguesa.
“Este Dia da Europa é especial. Pelo segundo ano consecutivo, celebramos em circunstâncias desafiantes provocadas pela pandemia de Covid-19. Estamos solidários com todos aqueles que sofreram perdas e que enfrentaram ainda mais dificuldades em consequência da mesma”, começam por escrever os presidentes, com Marcelo Rebelo de Sousa à cabeça.
Mas, continuam, “este ano, o Dia da Europa é igualmente especial porque marca o início da Conferência sobre o Futuro da Europa”, que tem início formal este domingo em Estrasburgo. Daí o apelo: “Apelamos a que todos os cidadãos da UE aproveitem esta oportunidade única para moldar o nosso futuro comum.”
Os presidentes reconhecem que na atual conjuntura pode parecer que não há tempo para uma “discussão aprofundada”, mas consideram que é precisamente o contrário. “A pandemia de Covid-19 fez-nos recordar o que é verdadeiramente importante nas nossas vidas: a nossa saúde, a relação que temos com a natureza e com os nossos semelhantes, a solidariedade mútua e o trabalho em conjunto. Suscitou questões sobre a forma como vivemos as nossas vidas. Evidenciou os pontos fortes da integração europeia, bem como as suas fraquezas. Urge que falemos sobre todos estes assuntos”, escrevem.
Os subscritores desta carta entendem que o projeto europeu não tem precedentes na História, mas enfrenta desafios múltiplos: “ do combate à crise climática e do desenvolvimento de economias verdes, a par do equilíbrio da concorrência crescente entre as grandes potências, aos esforços de transformação digital das nossas sociedades”. Por isso, defende que é preciso desenvolver “novos métodos e novas soluções”. Na discussão dessas soluções a discussão deve ser o mais alargada possível.
“Enquanto democracias, a nossa força reside em envolver as diversas vozes das nossas sociedades para identificarmos qual o caminho a seguir. Quanto mais pessoas participarem numa discussão ampla e de mente aberta, melhor para a nossa União”, escrevem, defendendo que os princípios fundamentais da EU – liberdade, igualdade, solidariedade, respeito pelos direitos humanos, pelo Estado de Direito e lealdade entre os Estados membros – continuam a precisar de ser defendidos hoje em dia, como há 70 anos.
“Precisamos de uma União Europeia forte e eficaz, uma União Europeia que seja líder mundial na transição para um desenvolvimento sustentável, neutro no que respeita ao clima e com suporte digital. Precisamos de uma União Europeia com a qual todos nos possamos identificar, certos de que contribuímos plenamente para o bem-estar das gerações futuras. Juntos, podemos alcançá-lo”, escrevem os chefes de Estado, que insistem na necessidade de que a Conferência para o Futuro da Europa seja uma oportunidade para falar abertamente sobre a UE, ouvindo todos os cidadãos, em especial os jovens.