Milhões de pessoas em todo o mundo, sujeitas a regimes totalitários, vivem sequestradas pelos governos que lhes foram impostos.
Nesses países não se vota. E os cidadãos são afastados da vida pública e coagidos a obedecer àqueles que não escolheram. Gostariam de tomar o seu destino nas mãos, mas a oligarquia que os governa dispensa a democracia.
Frequentemente, nos regimes democráticos passa-se exatamente o inverso. Podendo votar, muitos eleitores prescindem de o fazer. O exercício do direito de voto é muitas vezes desvalorizado e negligenciado. E os abstencionistas chegam a superar o número daqueles que votam.
A democracia, porém, não deveria ser vista como um dado adquirido e é mais frágil do que se possa pensar.
Sendo um direito legal, o voto deveria ser também encarado como obrigação cívica. Porque sem uma participação significativa dos eleitores, as escolhas eleitorais ficarão apenas nas mãos de alguns; mas as consequências serão iguais para todos.
Deixar de participar nas eleições do próximo Domingo é deixar que outros escolham, aquilo que a cada eleitor compete escolher em consciência e tendo em vista o bem comum.
Se desejamos governos verdadeiramente representativos, então é preciso que uma ampla maioria dos portugueses exerça o seu direito de voto. Caso contrário, mesmo um governo maioritário no parlamento, acaba por ser minoritário no país.
É esse o país que queremos?