Há um novo caso de violência policial nos Estados Unidos, que está a provocar uma onda de protestos em Atlanta. Durante a noite, foram incendiadas várias viaturas, assim como o restaurante onde o afro-americano, de 27 anos, foi morto pela polícia.
Pelo menos, 36 pessoas foram detidas na cidade, segundo a CNN.
O caso já levou a chefe da polícia de Atlanta a apresentar demissão. Já os dois agentes envolvidos também sofreram consequências: o polícia que terá abatido um jovem afro-americano foi demitido; o outro, que o acompanhava, foi colocado em funções administrativas.
O oficial demitido foi identificado como Garrett Rolf, contratado em outubro de 2003, e o oficial colocado a fazer trabalho de secretaria é Devin Bronson, contratado em setembro de 2018.
A autarca da cidade de Atlanta deu uma conferência de imprensa onde confirmou as saídas. “A chefe Shields demitiu-se do cargo, de forma a que a cidade possa reconstruir a confiança tão necessária na nossa comunidade.” Keisha Lance Bottoms disse “não acreditar que isto tenha sido um uso justificado de força letal e, por isso, pediu demissão imediata do agente que disparou”.
A mesma responsável confirmou ter ordenado a constituição de um comité para analisar o recurso à força na polícia de Atlanta, que deve apresentar os primeiros dados nas próximas duas semanas, e recomendações finais daqui a 45 dias.
Na sua intervenção deixou uma palavra de apreço aos homens e mulheres da polícia de Atlanta: “Continuo grata pelo trabalho que fazem para garantir a segurança da nossa cidade.”
O tiroteio aconteceu na sexta-feira à noite à porta de um restaurante. A polícia tinha sido chamada ao local devido a uma queixa de que um homem estava a dormir dentro de um carro num restaurante "drive-thru" (comprar comida sem sair do carro) e a bloquear a passagem de outras viaturas. A vítima foi identificada como Rayshard Brooks, de 27 anos.
Segundo a polícia os vídeos mostram que o homem tentou lutar com os agentes quando o tentaram prender e que conseguiu tirar um "taser" (arma que emite uma descarga elétrica) a um deles.
O homem terá depois tentado fugir e foi alvejado quando se voltou e terá apontado o "taser" ao agente.
As pessoas querem saber porque foi Rayshard Brooks morto quando estava apenas a dormir do lado do passageiro e não fez nada.
O procurador da comarca de Fulton, Paul Howard, disse que já foi iniciada uma investigação “intensa e independente” do caso.
O caso acontece numa altura de grande tensão nos Estados Unidos da América relacionada com a brutalidade policial, após a morte pela polícia de George Floyd, em Minneapolis, em 25 de maio. Atlanta foi uma das cidades onde multidões estiveram nas ruas em protesto.