Mesmo com uma pandemia e com as condições climatéricas adversas não param as tentativas de atravessar o Mar Mediterrâneo. Dois barcos naufragaram nesta terça-feira. Segundo dados avançados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) há notícia de 39 mortos e 134 sobreviventes.
Em comunicado a OIM lamenta a perda de vidas que aconteceu ontem ao largo da Tunísia. Um dos naufrágios aconteceu perto da ilha de Kerkennah. Os sobreviventes, na sua maioria da Costa do Marfim, foram resgatados pela guarda costeira tunisina. Um segundo barco naufragou junto à costa da cidade de Jebeniana. A bordo seguiam 70 pessoas, incluindo quatro crianças, que foram salvas e levadas para terra.
Desde o início do ano, as autoridades da Tunísia já levaram a cabo 21 salvamentos marítimos. Segundo indica o comunicado da OIM, muitos dos barcos tiveram como porto de partida a costa da Líbia.
Os dados mais recentes indicam que desde janeiro já morreram 190 pessoas na tentativa de atravessar o Mediterrâneo, outras 5700 conseguiram chegar à costa italiana. A OIM indica que estes números mostram que em média, por dia, morrem três pessoas no mar.
Hanan Hamdan, representante do ACNUR na Tunísia, diz que têm apostado, além de resgatar os migrantes das águas, também garantir a “saúde e segurança” de quem os recebe, em tempo de pandemia.
Já o chefe da missão da OIM na Tunísia lembra que “o Mediterrâneo central continua a ceifar vidas” porque “milhares de pessoas embarcam nessas viagens perigosas, fugindo da pobreza extrema, do conflito ou em busca de uma vida melhor”.
Azzouz Samri manifesta, por isso, o apoio daquele organismo das Nações Unidas às autoridades tunisinas “na prestação de assistência humanitária urgente aos resgatados no mar”.
As agências da ONU sublinham ainda que deve ser considerada uma prioridade “processar grupos de contrabandistas e traficantes que se aproveitam da vulnerabilidade das pessoas e as colocam em viagens de risco.”