Michel Platini, antigo presidente da UEFA, e Joseph Blatter, antigo líder da FIFA, foram absolvidos pelo Tribunal Penal Federal de Bellinzona, na Suíça, das acusações de fraude e corrupção, esta sexta-feira.
O antigo internacional francês, de 67 anos, e o ex-presidente da FIFA, de 86, respondiam por crimes de "fraude, gestão danosa, abuso de confiança e falsificação de documentos". A procuradoria suíça pedia uma pena suspensa de um ano e oito meses para os dois. Ambos foram absolvidos.
Blatter estava acusado de arranjar ilicitamente um pagamento por parte da FIFA a Platini no valor de dois milhões de francos suíços (1,8 milhões de euros à altura) em 2011. O antigo presidente do organismo que rege o futebol mundial afirmou, na sua defesa, que se tratava de um "acordo de cavalheiros" entre o par, estabelecido quando convidara o francês para ser seu conselheiro técnico em 1998.
Platini trabalhou como consultor entre 1998 e 2002, com um salário anual de 300 mil francos suíços, o máximo que a FIFA podia suportar na altura devido aos problemas financeiros que assolavam a organização. O resto do salário de um milhão de francos suíços seria pago noutra data.
O pagamento gerou desconfiança devido ao "timing". Quando Platini recebeu os dois milhões de francos suíços da FIFA, Blatter estava em campanha eleitoral para ser reeleito presidente daquele organismo. Sendo, então, presidente da UEFA, Platini era visto como uma pessoa com peso entre os eleitores europeus e que poderia influenciar a votação.
O pagamento foi exposto a propósito de uma investigação do Departamento de Justiça norte-americano, em 2015, sobre fraude e lavagem de dinheiro na FIFA. A descoberta levou às demissões de Blatter e Platini.
Tanto Blatter como Platini foram banidos, em 2015, por oito anos, de todas as atividades relacionadas com o futebol. Mais tarde, as penas foram reduzidas em dois anos.