O líder do PS, António Costa, promete mais apoios para a Madeira e responder de forma positiva a velhas aspirações daquela região autónoma, como uma terceira ligação aérea ou uma ligação ferry durante todo o ano. Promessas deixadas num comício que decorreu no Machico, o local escolhido este ano pelo PS para o comício de rentrée e no qual António Costa aproveitou para lembrar algumas promessas eleitorais, nomeadamente nos apoios à família.
Como se estivesse a responder à líder do CDS, Assunção Cristas, que também fez o seu comicio de rentrée este sábado naquela região autónoma e falou de várias medidas de apoio à natalidade como a possibilidade de a licença parental também ser usada pelos avós, António Costa falou do “enorme desafio” demográfico que o país enfrenta e defendeu que não se vence apenas com medidas de apoio à natalidade.
Para o primeiro-ministro e líder socialista, o que é essencial para que as famílias decidam ter filhos é “estabilidade no emprego e na habitação”. Por isso, lembrou as políticas socialistas que pretendem tornar as rendas mais acessíveis e também as alterações ao código laboral, que entram em vigor a 1 de Outubro e entre elas as que pretendem tornar menos precário o emprego jovem. “Ser jovem não condena ninguém à precaridade”, disse António Costa.
Quanto a medidas de apoio à natalidade propriamente ditas ou, como lhe chamou “incentivos às novas famílias a terem filhos”, salientou duas: o aumento das deduções no IRS acompanhando o aumento do número de filhos e a criação de um “complemento de creche”, um subsidio de 60 euros que acresce ao abono de família e pretende ajudar as famílias a suportar os custos com as creches.
Mais autonomia
No seu discurso, que demorou cerca de meia hora, o líder socialista recordou algumas ds prioridades e desafios do programa eleitoral socialista, como o combate às desigualdades, a resposta às alterações climáticas, a garantia de contas certas e o aprofundamento da democracia.
“Não há boa governação sem reforço da democracia e não há reforço da democracia sem reforço da autonomia das regiões autónomas”, disse António Costa.
“Costa amigo, a Madeira está contigo”, repetiu a assistência, interrompendo o discurso de Costa, que tentou responder sem rimar: “Madeira amigo, o Costa está convosco".
Já na parte final do discurso, Costa manifestou-se tão convicto da vitória do PS nas eleições regionais de 22 de Setembro que até já anunciou os temas da primeira reunião que pretende ter com Paulo Cafofo, o candidato do PS a presidente do governo regional, e com Vasco Cordeiro, o presidente do governo regional dos Açores.
Os temas são a revisão da lei das finanças regionais e o novo quadro de apoios europeias, nos quais promete lutar para corrigir o que considera ser discriminação da Madeira no quadro negociado pelo governo PSD-CDS.
A revisão da lei das finanças regionais tinha sido, aliás, uma das exigências feitas por Paulo Cafofo no discurso que antecedeu o do líder socialista. Cafofo, ex-presidente da câmara do Funchal eleito numa coligação de vários partidos, fez mais duas exigências que António Costa se prometeu a cumprir: haver uma ligação aérea que aumente a concorrência nas viagens de avião e haver uma ligação por barco, ferry, que funcione todo o ano entre o Continente e a região autónoma.
O primeiro-ministro comprometeu-se a trabalhar para que exista essa terceira ligação e também para criação de condições no Porto de Lisboa de forma a que seja possível atracar um ferry.
“Nós só queremos Cafofo a presidente, Cafofo a presidente”, gritaram os socialistas, entre bandeiras do PS e da JS, mas sobretudo da região autónoma.