São de direita, mas divergem mais do que concordam.
Tiago Mayan Gonçalves, da Iniciativa Liberal, e André Ventura, líder do Chega mostraram no debate entre ambos que quase tudo os divide, de tal forma que Mayan recusa qualquer hipótese de Governo que inclua o Chega e André Ventura entende que a Iniciativa Liberal é de esquerda e só quer manter o PS no poder.
“O meu partido nunca fará governo com o Chega”, disse Mayan Gonçalves. “Como é que quer um governo de direita sem o Chega?”, questionou Ventura, acusando: “O que nós queremos é tirar o PS do poder e vocês querem mantê-lo lá.”
O candidato da Iniciativa Liberal atacou o líder do Chega em vários momentos do debate, expondo as suas mudanças de posição e as suas contradições, chegando mesmo a chamar-lhe “troca-tintas”. E atacou também as suas relações com o presidente do Benfica. “O que o devia preocupar é o calote do seu amigo Luís Filipe Vieira”, disse Mayan, com André Ventura a fugir ao assunto, dizendo que “isso” não era tema para este debate, que decorreu esta terça-feira na SIC.
Mayan Gonçalves lembrou que André Ventura já disse que não será presidente de todos os portugueses e tomou a defesa dos imigrantes, das minorias e dos necessitados.
André Ventura manifestou-se “estupefacto” com as palavras do seu adversário que chamou de “travesti de direita” e disparou: “Deixe de se chamar Iniciativa Liberal, passe a chamar-se Esquerda Liberal”. Mayan respondeu: “Da parte do seu partido chamam-se bloquista, do lado do Bloco chamam-se fascista.”
Mayan tentou explicar o liberalismo, esclarecendo que um liberal não defende o fim do Estado, defende é um estado regulador e fiscalizador. E não um Estado que seja acionista da TAP, enquanto André Ventura defende que é uma “irresponsabilidade” deixar falir a TAP.
“Ficou claro que para André Ventura é mais prioritário fechar a torneira a 15 milhões no RSI (rendimento social de inserção) do que fechar a torneira de 4 mil milhões na TAP”, concluiu o candidato liberal.