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Um grupo de 300 especialistas europeus pediu, num manifesto que será publicado na revista científica ‘Lancet’, uma estratégia europeia coordenada por forma a reduzir drasticamente o número de infeções pelo novo coronavírus.
O manifesto é assinado por virologistas, como Christian Drosten ou Melanie Brinkmann, por economistas como Clemens Fuest, diretor do Instituto Ifo de Estudos Económicos de Munique, e por cientistas políticos como a austríaca Bárbara Dreisach.
A responsável pelo manifesto é uma física do Instituto Max Planck que se especializou na simulação da propagação de vírus tendo por base modelos matemáticos. Durante a apresentação do documento, que decorreu online, Viola Priesemann comparou a evolução da situação pandémica a um jogo de futebol, em que “cada vez que a equipa do novo coronavírus marca golo conta com mais três jogadores”.
Com isso, a defesa da equipa adversária – o sistema de saúde – fica em desvantagem, uma vez que à medida que são marcados mais golos, a equipa do vírus continua a fortalecer-se com novos jogadores.
“Com números de infeção como agora, o número de mortes não pode ser reduzido”, referiu a física.
A estratégia proposta pelo grupo de cientistas é manter fortes restrições de combate à pandemia de Covid-19 até que se atinja uma incidência diária de 10 novas infeções por milhão de habitantes em toda a Europa.
O grupo de cientistas defende que um baixo número de novas infeções pelo SARS-CoV-2 apenas poderá ser alcançado na Europa se forem tomadas ações coordenadas.
Caso contrário, acreditam que mesmo que os contágios sejam reduzidos num país, podem ter uma forte repercussão a qualquer momento devido à abertura das fronteiras.
“Em quatro semanas podemos atingir a meta, mas para isso, o vírus tem de ser combatido em todos os lugares de forma consistente, por meio de contactos reduzidos nos locais de trabalho, no transporte e nas escolas”, defendeu Viola Priesemann, acrescentando que atualmente, são permitidas muitas exceções.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.662.792 mortos resultantes de mais de 74,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se na Itália, seguindo-se Reino Unido, França e Espanha.