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Rui Nunes, ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), afirma em entrevista à Renascença que "a causa próxima" da demissão da ministra da Saúde “foi o caso dramático de uma morte que nunca deveria ter acontecido no nosso pais".
Depois, o atual presidente da Associação Portuguesa de Bioética lembra "o problema mais geral a que temos assistido todo o verão dos serviços de urgência e do atendimento de emergência".
Para Rui Nunes, "o problema é mais fundo, é mais denso, no sentido de que se percebe que o sistema de saúde, na sua componente pública, em articulação com o setor privado e social tem que ser profundamente reinventado".
"E eu creio que também foi feito este juízo, de que o modo como o sistema está a evoluir, em primeiro lugar, não garante a sua viabilidade e sustentabilidade financeira futura, mas também não vai ao encontro das expectativas dos cidadãos de terem um sistema de saúde moderno, de excelência com profissionais altamente motivados", acrescenta.
Para Rui Nunes, a escolha do novo ministro da Saúde tem de apontar para um "novo rumo".
"Em primeiro lugar na atitude e o próximo titular da pasta da Saúde tem de ser alguém que fale, que dialogue, que entenda e que esteja disponível para assumir compromissos para valorizar os profissionais de saúde", refere.
Depois, o ex-presidente da ERS defende a necessidade de "uma reinvenção do sistema de saúde".
Para Rui Nunes, "tem que haver uma modernização, tem que haver um choque de gestão, tem que haver planeamento das atividades e dos recursos humanos".
O responsável diz que "hospitais, centros de saúde e unidades de saúde, por exemplo, não têm nenhuma integração digital". E portanto, "o sistema de saúde tem de ser mudado na gestão conceptual, mas também na componente operacional", conclui.