É um “caso gravíssimo” e “inqualificável”. São estas as palavras usadas por Paulo Rangel (PSD) para classificar o caso da divulgação, pela Câmara Municipal de Lisboa, dos dados pessoais de três manifestantes russos às autoridades de Moscovo.
Em declarações à Renascença, o eurodeputado social-democrata não consegue entender como foi possível a autarquia ter cedido os dados e, no seu entender, as autoridades portuguesas têm de garantir a proteção destes manifestantes, que estão em risco.
“Hoje, nós sabemos que o regime de Putin e de Aleksandr Lukashenko são capazes de desviar aviões para irem buscar opositores. Nós sabemos que há pessoas que foram envenenadas na Inglaterra e na Alemanha. As autoridades portuguesas têm de esclarecer a situação, têm de pedir desculpas e dar proteção a estes cidadãos”, defende Rangel.
O eurodeputado do PSD e os seus colegas de bancada no Parlamento Europeu decidiram, por isso, questionar a atuação de Fernando Medina, apoiando assim a iniciativa do candidato do PSD, Carlos Moedas. E já enviaram perguntas ao chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que, como diz Paulo Rangel, são as duas pessoas que se têm relacionado mais com a Rússia.
“Vamos pedir que esta questão seja examinada pela comissão das Liberdades ou dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu e fizemos uma queixa à entidade responsável na Europa pela proteção de dados”, anuncia ainda Paulo Rangel na Renascença.
“Uma Câmara Municipal presidida por Fernando Medina entregar dados pessoais de opositores e contestatários do regime de Putin às autoridades russas é inqualificável”, reforça.
Questionado sobre se o presidente da autarquia de Lisboa tem condições para se candidatar a um novo mandato na Câmara, Paulo Rangel diz claramente que não, porque o autarca socialista “é um tecnocrata que não tem uma visão das liberdades para a cidade de Lisboa”.
“Fernando Medina só se preocupa em agradar aos pequenos poderes locais em cada momento. Isto é uma visão mesquinha e muito pequenina da cidade de Lisboa”, conclui o eurodeputado social-democrata.