A Comissão Europeia propôs que a energia nuclear e o gás natural fossem consideradas fontes energéticas aceitáveis, respeitadas certas condições, para a transição da UE para uma economia descarbonizada. Como era inevitável, esta proposta provocou celeuma, sobretudo quanto à energia nuclear.
A França e outros Estados membros que têm centrais nucleares apoiam a proposta da Comissão. Outros países da União, que não têm centrais nucleares, discordam da proposta. A Áustria, por exemplo, admite recorrer aos tribunais por não aceitar que o nuclear possa ajudar a transição energética para uma economia europeia neutra em carbono. A posição da Alemanha também é contra a proposta da Comissão, que o atual governo alemão considerou ser perigosa.
Em 2002 o governo alemão chefiado pelo socialista Gerard Schroeder decidiu eliminar gradualmente as seis centrais nucleares existentes na Alemanha.
Com Merkel como chanceler, em 2010 o governo alemão decidiu prolongar a vida útil daquelas centrais. Só que o trágico desastre numa central nuclear japonesa, em Fukushima, em março de 2011, levou Merkel a mudar de opinião. Curiosamente, o Japão não desistiu da energia nuclear. Mas a Alemanha decidiu encerrar as suas centrais nucleares até 2022.
Um dos três partidos da atual coligação governamental em Berlim é o partido dos Verdes, muito hostil ao nuclear. Por isso é de esperar que prossigam os encerramentos das centrais nucleares na Alemanha. Três das seis centrais já fecharam.
Compreende-se o receio do nuclear. O problema do lixo radioativo não está resolvido satisfatoriamente. E os problemas de segurança numa central nuclear são uma ameaça preocupante.