A polícia lançou gás lacrimogéneo e utilizou canhões de água para dispersar milhares de manifestantes pró-democracia que este domingo se concentraram nas ruas de Hong Kong, para protestar contra o plano da China de impôr leis de segurança nacional.
Multidões de manifestantes vestidos de preto reuniram-se no distrito comercial de Causeway Bay, na ilha de Hong Kong, para protestar contra a legislação proposta, gritando "Libertem Hong Kong" e "Revolução dos nossos tempos".
"As pessoas podem ser processadas pelo que dizem ou escrevem contra o Governo", disse Vincent, um manifestante de 25 anos, citado pela agência AFP, referindo-se ao projeto de lei de Pequim.
A manifestação ocorreu numa altura em que o governo de Hong Kong tenta tranquilizar os investidores. O regresso dos protestos provocou agitação nos mercados financeiros e foi já condenada pela comunidade internacional.
Os ativistas pró-democracia estão a apelar à população para sair à rua, procurando relançar os protestos que abalaram o território entre junho e dezembro.
O último governador britânico de Hong Kong veio, entretanto, acusar a China de trair o território, reforçando o controlo sobre a cidade. Numa entrevista ao "The Times", de Londres, Chris Patten diz que estamos a assistir a uma nova ditadura chinesa.
A China propôs há poucos dias introduzir uma nova lei de segurança em Hong Kong para limitar a oposição ao regime, com a "proibição de sedição, traição e secessão". De acordo com o porta-voz do Parlamento, o objetivo da medida é "reforçar o sistema legal e os mecanismos de segurança em Hong Kong, para salvaguardar a segurança nacional".